Lactofen: Tecnologia renasce no Brasil para controlar plantas daninhas resistentes
“Na pós-emergência, sem dúvida, é uma ferramenta que entrega controle mais confiável”

Uma poderosa alternativa para os agricultores brasileiros está ‘ressurgindo’ nesta safra: Trata-se do Lactofen, um herbicida especialmente eficaz contra invasoras de folhas largas, como o Caruru (gênero Amaranthus). A tecnologia havia ‘saído de cena’ por alguns anos, e retorna agora com toda a força pela mão da importadora AgriLean e da distribuidora e provedora de serviços JOTEW.
O Lactofen pertence à classe dos herbicidas inibidores da enzima PPO, também conhecidos como inibidores da PROTOX. Essa tecnologia, quando aplicada em pós emergência, atua interrompendo a síntese de clorofila nas plantas suscetíveis, e consequentemente levando à morte das células vegetais de plantas invasoras.
Jones Yasuda, Facilitator Solution Director da AgriLean, explica: “Como no Brasil o Lactofen deixou de ser um produto com grande visibilidade, há poucos fabricantes em nível mundial. Para viabilizar a oferta do Lactofen, primeiro buscamos o registro do produto. Depois de auditar os fabricantes que estão aprovados nos registros existentes no Brasil, identificamos um fornecedor de alta qualidade – o único e verdadeiro fabricante legalizado para exportar o Lactofen para o Brasil”.
Plantas Daninhas Resistentes
Um dos maiores desafios da agricultura brasileira são as plantas daninhas que vêm se tornando resistentes aos atuais ingredientes ativos disponíveis no mercado, tais como o glifosato e os inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS). Esse é o caso do Caruru, do picão-preto (Bidens pilosa) e do leiteiro (Euphorbia heterophylla), que estão presente nas principais regiões produtoras agrícolas e afeta principalmente as lavouras de soja no Brasil.
De acordo com pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel, no Rio Grande do Sul), uma única planta de Caruru resistente pode reduzir a produtividade de grãos de SOJA em média de 6,4%, podendo chegar até a 80% em casos mais severos, além de inviabilizar a colheita mecânica. Além disso, essa daninha cresce rapidamente, chegando a mais de dois metros de altura e competindo diretamente por luz, água e nutrientes, reduzindo drasticamente sua produtividade e dificultando a colheita. O Caruru possui ainda um alto potencial de disseminação, podendo produzir até 600 mil sementes por planta, o que aumenta o risco de infestação nas lavouras.
Para combater o caruru resistente ao glifosato e aos herbicidas inibidores da ALS, uma abordagem eficaz envolve a aplicação de herbicidas pós-emergentes. É aí que ‘ressurge’ o Lactofen, que vem se mostrando uma alternativa eficaz para controlar plantas daninhas de folha larga, inclusive o caruru, já estabelecidas. O uso desse mecanismo de ação mostra-se essencial para evitar a seleção de biótipos resistentes e prolongar a eficácia dos produtos disponíveis.
Fênix Ressurge
De acordo com o pesquisador Robinson Osipe, da Estação Dashen, o Lactofen é como se fosse uma “Fênix” ressurgindo das cinzas. “Era um produto do milênio passado, talvez de antes da expansão da soja no Brasil, que teve uma importância muito grande no cenário do agro, por auxiliar a controlar plantas que os herbicidas usuais daquela época já não controlavam mais”, relembra ele.
Com a introdução da soja transgênica RR no Brasil, conta Osipe, os agricultores começaram a usar o pacote sugerido com a aplicação do glifosato sobre a oleaginosa. Nesse momento o Lactofen caiu no esquecimento e os produtores foram descontinuando a sua utilização, até porque o produto “assustava um pouco pelo aspecto visual, pois ele causava às vezes uma clorose e depois uma necrose na planta, o que assustava o produtor um pouco”, conta o pesquisador.
Atualmente, alerta o especialista, o avanço do Caruru tem mostrado uma agressividade e causado uma dificuldade muito grande de controle. “E é aí que ressurge o Lactofen. Na pós-emergência, sem dúvida, ele é uma das ferramentas que entrega um controle mais confiável. Mesmo causando certo dano visual na cultura da soja, trata-se de um dano visual aceitável, pois fazendo a aplicação conforme recomendação da empresa, não impacta em produtividade. Por outro lado, quando ele não controla o Caruru, em algumas áreas eu tenho visto que fica inviável a colheita”, aponta ele.
Robinson Osipe, que é Doutor em Matologia e Agroecologia, acrescenta ainda que, além do Caruru, o Lactofen auxilia também no controle de outras plantas as quais hoje o glifosato “começa a não entregar controle, como leiteiro e o picão-preto”. “É um produto que está retornando para o mercado e precisa ser trabalhado em termos técnicos. Existia, digamos assim, um vazio e uma procura até de produtores mais tradicionais em cima dessa molécula. Então, eu entendo que o retorno dela para o cenário no Brasil vai permitir o produtor a melhorar o controle de algumas plantas problemas hoje”, projeta o pesquisador da Estação Dashen.
Um dos pontos fortes e diferenciais dessa molécula em relação ao que entrega hoje o glifosato, aponta Robinson Osipe, é o seu mecanismo inibidor da PROTOX. De acordo com ele, atualmente esse é um mecanismo que poucas plantas são resistentes. “A experiência permite dizer que o Lactofen, como inibidor de PPO, quando utilizado no estágio correto, na dose certa, apresenta uma maior eficácia para controlar as plantas daninhas”, conclui.
Sobre JOTEW e Agrilean Inputs S.A.
A JOTEW, com 35 anos de experiência na busca de soluções e tecnologias para o agronegócio em todo o mundo, criou a holding JOTEW Participações S.A. em dezembro de 2022. Em parceria com 34 grupos familiares de grandes produtores rurais brasileiros, fundaram a AgriLean Inputs S.A., que importa insumos da China e Índia com foco em qualidade e sustentabilidade. Também lançaram a JOTEW Service para oferecer soluções em distribuição de produtos e consultoria especializada.
As empresas materializam a união de parceiros executivos de longa data com competências complementares e conhecimento das necessidades da agricultura brasileira, da legislação vigente, do modelo logístico e de sua dinâmica econômica. A AgriLean representa uma sinergia entre técnicos e agricultores, que estruturaram a companhia com regras modernas de governança sob a lei das Sociedade Anonima (S.A.).
Com essa receita moderna de atuação em todo o Brasil, a AgriLean já se expandiu para 650 mil hectares plantados majoritariamente com soja, algodão e milho. Seu portfólio inclui mais de 150 marcas comerciais de defensivos agrícolas com mais de 50 princípios ativos registrados.