Alta demanda eleva preços do frete na Bahia

O fluxo logístico do transporte de grãos na Bahia registrou aumento da demanda tanto para o mercado interno quanto para exportação, conforme dados do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta segunda-feira (30). O relatório aponta elevação nos valores médios dos fretes, impulsionada pela maior procura por transporte e pela redução na oferta de prestadores de serviço, variando conforme as praças de referência.

Em Irecê, houve queda nas cotações do frete devido ao aumento na oferta de transportadores. A demanda para o transporte de mamona permanece elevada, com a saca de 60 kg atingindo R$ 325,00. Já em Luís Eduardo Magalhães, a redução na oferta de prestadores, associada ao aumento da demanda, resultou em alta significativa nos preços dos fretes. Em fevereiro, houve crescimento na demanda de transporte interno de milho, impulsionada pelo setor granjeiro, além do aumento no volume transportado de soja para os portos de Salvador e São Luís. Também foi registrada alta na movimentação de fertilizantes do litoral para o interior do estado, enquanto parte dos transportadores migrou para o Centro-Oeste.

Em Paripiranga, o valor médio do frete subiu, principalmente nas rotas que atendem o setor granjeiro do Nordeste, como Feira de Santana e Recife. O aumento no volume comercializado de milho contribuiu para a alta nas cotações do transporte. Os produtores seguem com estoques, aguardando valorização do grão. Em março, observou-se tendência de alta nas cotações do milho devido à frustração da safra em Irecê, enquanto em Barreiras os preços apresentaram viés de baixa com o avanço da colheita. O comportamento do mercado seguirá sob observação nas próximas semanas, com expectativa de que os estoques sejam finalizados em abril, antecedendo o plantio da nova safra na região do Sealba.

No mercado externo, segundo dados do Portal Comex Stat, janeiro de 2025 registrou queda de 53,6% nas exportações de soja, milho e algodão em comparação com dezembro de 2024. A retração reflete a redução dos estoques da safra 2023/24. O complexo soja apresentou exportação de 130 mil toneladas no mês, uma redução de 68,2% em relação a dezembro e de 75% na comparação anual. Do volume total exportado, 83,61% foram escoados pelo porto de Salvador e 16,39% pelo porto de São Luís.

Para o complexo milho, a Bahia exportou 65 mil toneladas em janeiro, utilizando exclusivamente o porto de São Luís. No caso do algodão, os embarques alcançaram 70 mil toneladas no mesmo período, representando um crescimento de 117% em relação a janeiro de 2024 e um aumento de 30,5% sobre dezembro. O porto de Santos foi responsável por 68,80% do volume exportado, enquanto 30,69% seguiram pelo porto de Salvador.