Estudo revela melhor estratégia para aplicação de potássio
O experimento avaliou doses de 0 a 200 kg/ha de KCl aplicadas na linha de semeadura

A adubação potássica exige critérios técnicos para ser eficiente, e um estudo recente de Pesini et al. (2024) esclarece o impacto da forma de aplicação do Potássio (K) em solos argilosos sob plantio direto há mais de 20 anos no Rio Grande do Sul. O especialista agronômico Daniel João Dall'Orsoletta, da Demétrio Dall'Orsoletta Ensino Agroveterinário, alerta que a aplicação a lanço pode não ser a melhor estratégia para garantir a absorção ideal do nutriente.
O experimento avaliou doses de 0 a 200 kg/ha de KCl aplicadas na linha de semeadura ou a lanço, em cultivos de soja e trigo entre 2020 e 2022. Os resultados mostraram que a aplicação na linha aumentou a produtividade da soja e favoreceu a distribuição do K nas camadas mais profundas do solo. A correlação entre rendimento e teor de K foi observada na camada de 10-20 cm, com um nível crítico definido em 64 mg/dm³.
Por outro lado, a aplicação a lanço concentrou o K na superfície, podendo gerar um gradiente no perfil do solo e reduzir a eficiência do fertilizante. Mesmo em doses elevadas, essa estratégia não trouxe ganhos significativos de produtividade. Assim, a melhor recomendação é aplicar o potássio onde há deficiência, geralmente na linha de semeadura (5 cm ao lado e abaixo da semente), garantindo melhor aproveitamento pelas plantas e menor risco de perdas.
“Com base em tudo isso, podemos definir que o potássio deve ser aplicado onde está deficiente. Na maioria dos casos, isso significa na linha de semeadura (5 cm ao lado e abaixo da semente), garantindo melhor aproveitamento pelas plantas e menor risco de perdas por escoamento superficial”, conclui.