Irrigação no Brasil: Estratégias para eficiência

A irrigação no Brasil tem evoluído significativamente, deixando de ser uma solução emergencial para períodos de seca e se tornando uma prática cada vez mais integrada à agricultura moderna. Daniel Pedroso, especialista agronômico sênior da Netafim Brasil, destaca que a irrigação, inicialmente vista como um complemento para períodos sem chuvas, está se transformando devido às anomalias climáticas e à crescente demanda por eficiência na produção agrícola. As vertentes de agricultura irrigada e de sequeiro, antes separadas, estão se unindo, aumentando a área irrigada no país.

Pesquisas mostram o grande potencial irrigável do Brasil, com áreas de cana-de-açúcar e outras culturas adotando a irrigação para melhorar a produtividade. Pedroso observa que a irrigação, mais do que uma prática emergencial, exige um planejamento cuidadoso. O momento ideal para esse planejamento é durante o período chuvoso, evitando decisões reativas frente à escassez de água.

O especialista enfatiza que a irrigação eficiente começa no planejamento, que envolve definir objetivos, áreas e momentos adequados para a aplicação da água. A água deve ser tratada como um insumo de produção, e sua aplicação precisa ser estratégica. O agricultor não deve apenas "molhar" a cultura, mas sim gerenciar a água com parâmetros técnicos, considerando a quantidade e o momento certos para garantir a máxima produtividade. Ao adotar esses métodos, o Brasil pode expandir sua área irrigada e melhorar seus resultados agrícolas, enfrentando as secas de maneira mais eficaz.

“Com essas informações em mãos, inicia-se a negociação comercial, a instalação e, finalmente, a pressurização do sistema. Ter a "consciência de irrigante" não é apenas fornecer água à cultura; isso seria "molhação". É preciso compreender que a água é um insumo de produção e, como tal, é necessário planejar seu uso e, com parâmetros técnicos, saber quanto e quando aplicá-la”, conclui.