Alta no preço do milho: quais são as oportunidades e os riscos para produtores?
Valorização das cotações em Chicago e a desvalorização do real foram determinantes
Os preços do milho no Brasil têm registrado alta últimos meses. Segundo informações divulgadas pelo Itaú BBA, fatores como a valorização das cotações em Chicago e a desvalorização do real foram determinantes para o aumento, criando um cenário estratégico para os produtores na comercialização do cereal.
As cotações em Chicago subiram em função da alta demanda pelo milho norte-americano, que hoje é considerado o mais competitivo globalmente. Outro ponto de atenção é a diminuição na área de plantio do milho na primeira safra no Brasil e o atraso no plantio da soja, o que pode impactar a janela para a segunda safra do cereal. A previsão de chuvas nas próximas semanas, no entanto, pode acelerar o plantio e melhorar a perspectiva para o milho segunda safra, dissipando preocupações quanto à produção.
Ainda segundo dados divulgados pelo Itaú BBA, a alta do dólar também favoreceu a valorização do milho no mercado doméstico. A demanda aquecida para ração animal e a produção de etanol, além do preço elevado do boi gordo, sustentam o preço do milho.
Em relação a comercialização do milho da safra atual (2023/24) e da próxima (2024/25) está abaixo da média histórica. O relatório informa que, até o início de outubro, apenas 60% da safra 2023/24 foi comercializada, frente a uma média de 67%. O atraso pode exercer uma pressão nos preços, uma vez que os produtores precisarão liberar os estoques de milho para dar espaço à nova safra de soja.
O Itaú BBA sugere estratégias de proteção para os produtores, como a utilização de “opções de venda”. Essa ferramenta permite proteger o valor de mercado do cereal em caso de quedas, enquanto possibilita ganhos se os preços subirem. Com uma baixa volatilidade, a proteção de preço de R$72 por saca, com vencimento em março de 2025, está estimada em apenas R$1,80 por saca. Isso representa uma oportunidade para os produtores garantirem suas margens sem perderem a chance de aproveitar possíveis altas.