Ureia dispara 14,5% e encarece custo da lavoura
Alta da ureia ocorre em um momento crítico para o planejamento da safra
O mercado de fertilizantes iniciou o ano com forte alta nos preços, trazendo desafios para os produtores rurais brasileiros. Segundo relatório do Itaú BBA, a Ureia — um dos principais fertilizantes nitrogenados utilizados no país — registrou um aumento de 14,5% em janeiro, sendo negociada a US$ 417 por tonelada nos portos brasileiros. O movimento de alta deve continuar nos próximos meses, impulsionado por restrições na oferta global e maior demanda internacional.
De acordo com o levantamento, um dos principais fatores para a valorização da ureia é a redução da produção no Irã, grande fornecedor do insumo. A queda se deve à escassez de matéria-prima, agravada pelo aumento do preço do gás natural — essencial para a fabricação do fertilizante. Além disso, os leilões de compra realizados pela Índia, um dos maiores consumidores mundiais, vêm apresentando ofertas acima de US$ 420 por tonelada, ampliando a pressão sobre o mercado.
Outro elemento que reforça a tendência de alta é a entrada dos Estados Unidos e da Europa no período de compra de fertilizantes. Com a expectativa de um aumento na área plantada de milho nos EUA, o consumo de nitrogenados deve crescer, elevando ainda mais a demanda pelo insumo.
Impacto para os produtores brasileiros
No Brasil, a alta da ureia ocorre em um momento crítico para o planejamento da safra. A relação de troca para os fertilizantes nitrogenados segue elevada, o que pode comprometer a rentabilidade de culturas que dependem fortemente desse insumo, como o milho.
Apesar da valorização de 6% do real frente ao dólar em janeiro, fechando o mês a R$ 5,8/USD, o custo da ureia segue pressionado, exigindo estratégias mais cautelosas na compra de insumos por parte dos agricultores.