Soja: Esperar não é a solução
Entre os fatores de alta, destaca-se o aumento no preço do óleo de soja
De acordo com a TF Agroeconômica, a melhor estratégia para os produtores de soja é vender gradualmente, evitando acumular estoques e pressionar ainda mais os preços. A recomendação é não apostar toda a produção em um único momento, pois isso representa um risco elevado. Em um cenário de baixa previsibilidade para altas futuras, especular com apenas 10% da safra pode ser uma alternativa. Além disso, é fundamental evitar vendas na colheita ou em momentos de grande necessidade financeira, pois essas são as piores ocasiões para negociar.
No mercado internacional, tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Canadá e à China estão derrubando os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), sinalizando quedas no curto, médio e longo prazo. No Brasil, o preço da saca caiu R$ 15,59 nos últimos 30 dias, refletindo as projeções de safra acima de 170 milhões de toneladas feitas por consultorias. Mesmo com revisões da Conab (166 MT) e do USDA (169 MT), a produção ainda será 12,4% e 14,4% maior que a safra anterior, garantindo oferta suficiente para atender ao aumento da demanda por esmagamento e exportação.
Entre os fatores de alta, destaca-se o aumento no preço do óleo de soja, impulsionado pela imposição de tarifas ao óleo de canola canadense nos EUA, tornando a soja uma alternativa viável. Além disso, condições climáticas adversas na Argentina e atrasos na colheita no Brasil contribuem para incertezas no mercado. No entanto, entre os fatores de baixa, estão as tarifas sobre importações de soja de México e Canadá pelos EUA, além das estimativas de produção brasileira ainda elevadas, que podem manter a oferta abundante e dificultar a recuperação dos preços.
“Se quiser especular, esperando altas significativas lá na frente (que, sinceramente não vemos nenhuma chance neste ano, a menos que haja algum fator totalmente imprevisível hoje) use apenas 10% do que produzir. E nunca, jamais, venda na colheita ou, pior ainda, na semana em que tiver que pagar compromissos: são os piores momentos”, conclui a TF.