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Soja recua no Brasil com colheita acelerada e incertezas no crédito agrícola

Altos custos logísticos e as filas nos portos pesaram sobre os preços internos



Foto: Pixabay

Segundo análise de mercado da Grão Direto, a soja brasileira encerrou a última semana sob forte pressão. O fim dos subsídios do Tesouro Nacional para as linhas de crédito rural do Plano Safra, ocorrido em 21 de fevereiro, aumentou as incertezas para os produtores. Além disso, os altos custos logísticos e as filas nos portos pesaram sobre os preços internos, enquanto os prêmios seguiram em tendência de queda.

No mercado internacional, a soja na Bolsa de Chicago registrou leve valorização. O contrato para março de 2025 fechou em US$10,39 por bushel (+0,19%), enquanto o contrato de maio encerrou em US$10,57 (+0,38%). Já o dólar subiu 0,53%, fechando a semana cotado a R$5,73. Apesar desse cenário, a soja no mercado físico brasileiro apresentou leve desvalorização, refletindo a pressão da oferta.

O que esperar do mercado de soja nos próximos dias?

Para a próxima semana, o setor segue atento às consequências da suspensão das linhas de crédito do Plano Safra, com impactos diretos no financiamento da safra 2025. Sem crédito subsidiado, os produtores terão que recorrer a juros de mercado, elevando os custos de produção e possivelmente reduzindo a área plantada.

Outro fator que influencia o mercado é o avanço da colheita da soja no Brasil. A trégua nas chuvas acelerou os trabalhos no campo, aumentando a oferta e gerando desafios logísticos. A safra pode atingir 167 a 170 milhões de toneladas, impulsionando as exportações, que devem chegar a 105,5 milhões de toneladas, segundo o USDA. No entanto, a alta produção pode pressionar os preços internos devido ao aumento da demanda por transporte.

Além disso, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) optou por manter a mistura de biodiesel em 14%, adiando o aumento para 15%. Essa decisão reduz a demanda interna por soja e impacta a rentabilidade da cadeia produtiva. Caso a medida seja revisada nos próximos meses, a demanda poderá aumentar, valorizando os prêmios pagos ao produtor.

Com base nesses fatores, o mercado deve enfrentar uma semana de pressão nos preços, com logística apertada e incertezas no crédito rural. Enquanto isso, o dólar pode ter encerrado seu ciclo de alta, o que também influencia as exportações brasileiras.

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