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Chuvas intensas atrapalham semeadura de trigo na Região Sul

Cuidados na semeadura do trigo na Região Sul


Foto: Canva

A semeadura do trigo no Sul do Brasil tem sido prejudicada pela alta frequência de chuvas, resultando em encharcamento do solo, conforme informações da Embrapa. Este problema não apenas dificulta a entrada de máquinas nas lavouras, mas também aumenta o risco de incidência do mosaico comum do trigo, uma doença que se propaga mais facilmente em condições de solo úmido.

Segundo o divulgado pela Embrapa, a previsão de um evento de La Niña nos próximos meses traz um alento, pois pode favorecer o desenvolvimento dos cereais de inverno. No entanto, isso também aumenta a preocupação com o risco de geadas tardias, que podem danificar as lavouras de trigo. A janela de semeadura do trigo na Região Sul se estende de maio a julho, variando conforme o clima, o solo e o ciclo das cultivares de cada área. Essas datas são estabelecidas pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para minimizar os riscos de perdas provocadas por condições climáticas adversas.

Os produtores estão ansiosos para implantar as lavouras de inverno a tempo de semear a soja na sequência. Contudo, a semeadura em áreas encharcadas pode agravar problemas com o mosaico comum do trigo. Esta doença é transmitida por um microrganismo que se desloca pela água livre no solo até o sistema radicular das plantas. O mosaico é mais comum em áreas com histórico da doença, solos mal drenados, compactados e em monoculturas de trigo. A previsão de chuvas após a semeadura aumenta o risco de infecção em larga escala.

Adiar a semeadura do trigo pode diminuir os riscos de perdas causadas por geadas tardias. As geadas são mais danosas durante o espigamento e a floração do trigo, fases em que podem provocar falhas na granação e até a morte total da espiga. No norte do Paraná, o risco de geadas tardias é maior no final de julho, enquanto no Noroeste do Rio Grande do Sul, o risco se estende até agosto, e no Planalto do Rio Grande do Sul, até meados de setembro.

Segundo o prognóstico do CPTEC/INMET/FUNCEME para o inverno de 2024 na Região Sul, espera-se chuvas acima da média na parte central e leste do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sudeste do Paraná. Nas demais áreas, a previsão é de chuvas próximas ou abaixo da média, especialmente no norte do Paraná. As temperaturas deverão ficar acima da média na maior parte do inverno, particularmente no Paraná, enquanto no centro-sul do Rio Grande do Sul, elas devem ficar próximas da média. A chegada de massas de ar polar poderá ocasionar quedas nas temperaturas, possibilitando a ocorrência de geadas em algumas localidades, especialmente nas áreas de maior altitude.

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