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Desvendando mitos sobre o uso de fertilizantes na agricultura

Um dos mitos mais difundidos é que os fertilizantes são apenas produtos químicos


Foto: Divulgação

O uso de fertilizantes na agricultura é cercado por diversos mitos que podem influenciar negativamente a percepção dos agricultores e impactar suas práticas. Michel Esper, gerente de produtos Agronômicos e doutor em solos, nutrição de plantas e fertilizantes da Cibra, esclarece alguns desses equívocos e fornece orientações sobre práticas agrícolas mais sustentáveis.

Mitos comuns sobre fertilizantes

Um dos mitos mais difundidos é que os fertilizantes são apenas produtos químicos prejudiciais ao meio ambiente. Michel Esper contesta essa visão, explicando que "os fertilizantes, quando utilizados corretamente e em doses apropriadas, não são prejudiciais. Muito pelo contrário, podem aumentar e potencializar a produção das culturas, produzindo mais alimentos e minimizando drasticamente os impactos ambientais."

Outro mito é a crença de que os fertilizantes são a única solução para solos pobres. "Os fertilizantes são importantes, mas não substituem práticas de manejo do solo, como a rotação de cultura, a manutenção da cobertura do solo e o manejo integrado", enfatiza Esper. "Essas práticas são essenciais para manter a saúde do solo e a sustentabilidade a longo prazo."

Impacto ambiental dos fertilizantes químicos

A preocupação com o impacto ambiental dos fertilizantes químicos é legítima, mas Michel Esper destaca que existem práticas recomendadas para minimizar esses efeitos. "As principais abordagens para minimizar o impacto ambiental envolvem o manejo 4C, que consiste em utilizar o fertilizante na dose correta, na época correta, da forma correta e utilizando a fonte correta. Assim, os impactos ambientais são extremamente reduzidos."

Além disso, Esper menciona o uso de tecnologias como fertilizantes de eficiência aumentada, que contêm inibidores da volatilização do nitrogênio, e práticas como o manejo integrado do solo, rotação de culturas e a utilização de culturas de cobertura. "Capacitação e treinamento das pessoas, aliado a uma comunicação assertiva, são fundamentais. Monitorar constantemente a qualidade da água, do solo e a emissão de gases é fundamental para um manejo sustentável", afirma.

Fertilizantes orgânicos x fertilizantes químicos

A preferência por fertilizantes orgânicos em detrimento dos químicos é outro tema polêmico. Michel Esper esclarece que a escolha depende das necessidades específicas de cada região e cultura. "Historicamente, os fertilizantes orgânicos têm uma liberação mais lenta e gradual dos nutrientes, enquanto os Fertilizantes minerais têm uma liberação mais rápida. A escolha entre um e outro depende do tipo de manejo e da disponibilidade desses fertilizantes na região." Esper ressalta que a composição e a origem são as grandes diferenças entre os dois tipos. "Os fertilizantes orgânicos são derivados de materiais naturais, como compostos vegetais e esterco animal, enquanto os fertilizantes químicos ou minerais são produzidos industrialmente ou extraídos de rochas e processados."

Michel Esper finaliza enfatizando que "não há um tipo de fertilizante que seja universalmente melhor que o outro. Tudo depende do objetivo final de cada produtor, cada cultura, cada região e cada manejo." A adoção de práticas sustentáveis e o uso responsável de fertilizantes são fundamentais para garantir a produtividade agrícola e a preservação ambiental a longo prazo.

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