Real Valorizado: O impacto das decisões de Trump e Fed
No Brasil, o IPCA-15 de janeiro apresentou uma surpresa negativa
De acordo com o Rabobank, o cenário econômico externo e interno segue com desafios e expectativas distintas para 2025. Em um contexto internacional, antes da decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed) em 29 de janeiro, a expectativa do banco é de que não ocorrerão cortes.
Enquanto isso, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu seu segundo mandato sem impor novas tarifas, o que gerou uma interpretação positiva nos mercados, refletindo na valorização do real. No fechamento da semana anterior, a moeda brasileira se apreciou 2,7%, cotada a R$ 5,9142, tornando-se a sétima melhor performance entre 24 moedas emergentes. Contudo, o real ainda permanece vulnerável às incertezas globais e locais, com o Rabobank prevendo uma cotação de R$ 5,94 para o final de 2025.
No Brasil, o IPCA-15 de janeiro apresentou uma surpresa negativa, com alta de 0,11% m/m, superando as expectativas do mercado e o próprio prognóstico do Rabobank, que previa uma variação negativa de 0,06%. Em 12 meses, o índice acumula uma variação de 4,5% a/a, sendo que os segmentos de alimentação e transportes contribuíram significativamente para o aumento da inflação. Em paralelo, o governo brasileiro discute medidas para controlar a inflação de alimentos, enquanto o Congresso permanece em recesso.
No âmbito das contas externas, o Brasil registrou um déficit nas transações correntes de US$ 9 bilhões em dezembro, com um saldo negativo anual de US$ 56 bilhões, o que representa -2,6% do PIB. Apesar disso, o investimento estrangeiro direto (IED) aumentou, com uma entrada líquida de US$ 2,8 bilhões em dezembro, totalizando US$ 71,1 bilhões no ano, um crescimento de 13,8% em relação a 2023. Esse aumento foi impulsionado pela melhoria da confiança no país, mesmo em meio à volatilidade do mercado.