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Enchentes impactam pastagens e produção de leite

Baixa oferta de alimentos e qualidade do pastoreio resultaram na redução da produção



Foto: Pixabay

O contexto de chuvas persistentes e enchentes está causando desafios significativos em várias regiões do Rio Grande do Sul, afetando o desenvolvimento das pastagens e o bem-estar dos animais. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (16/05), os problemas logísticos, como estradas intransitáveis e interrupções na coleta de leite, obrigaram os produtores a usar geradores para ordenha e resfriamento, aumentando os custos operacionais. A baixa oferta de alimentos e a qualidade do pastoreio também resultaram na redução da produção de leite em várias propriedades.

Na região administrativa de Bagé, a falta de energia elétrica tem prejudicado os produtores na Campanha. O uso de geradores para resfriamento e ordenha implica em custos adicionais com combustível. A situação do barro se agrava pela ausência de dias ensolarados, resultando em uma considerável redução na produção, que varia conforme a capacidade de suplementação de cada produtor.

Em Caxias do Sul, apesar do bom crescimento das forrageiras, o pastoreio foi prejudicado pelo solo encharcado e compactado, levando ao arranquio de plantas e deslizamentos de terra, com perda de pastagens e bloqueio de estradas. Em Erechim, os produtores enfrentam dificuldades para escoar a produção devido aos danos nas estradas, além de um aumento nos problemas de saúde animal, como mastite e lesões.

Na região de Frederico Westphalen, o retorno do sol e a melhoria das estradas permitiram a normalização da coleta de leite. Já em Ijuí, as obras de recuperação de estradas impedem o acesso a algumas propriedades, mas o volume total de leite coletado apresentou poucas perdas na maioria dos municípios. A qualidade do leite estocado não foi comprometida devido ao rápido restabelecimento da trafegabilidade e às interrupções pontuais de energia.

Em Passo Fundo, os produtores relatam a necessidade de ajustar as dietas devido à insuficiência de alimentos a campo, afetando a produção de leite, especialmente em propriedades com baixo estoque de alimentos conservados. Em Pelotas, os alagamentos nas áreas de pastejo dificultam o acesso, exigindo o uso de geradores na ordenha e no resfriamento do leite, o que pode impactar na qualidade devido à falta de energia elétrica.

Em Rio Grande, estradas intransitáveis limitam a coleta de leite, resultando na queda da produção e da qualidade do leite devido ao alagamento das pastagens. Em Porto Alegre, as condições do rebanho são críticas, com relatos de perdas significativas por afogamento, especialmente nas regiões Metropolitana e Centro-Sul. A coleta de leite está comprometida em várias áreas, e a dificuldade de acesso às pastagens reduziu a produção.

Na região de Santa Maria, houve interrupção das linhas de coleta de leite, prejudicando os produtores. Em Santa Rosa, devido ao grande volume de chuvas, os produtores reduziram o tempo de pastoreio ou evitaram os piquetes de difícil acesso, aumentando o uso de silagem na dieta. O barro próximo às instalações exigiu cuidados extras na higiene da ordenha para manter a qualidade do leite.

Em Soledade, muitas propriedades afetadas pelas enchentes estão recebendo doações de feno e pré-secado. Houve diversos relatos de atrasos na entrega de leite, mas a situação está gradualmente se normalizando.

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