MG: colheita da soja avança, mas estiagem preocupa
Calor e falta de chuvas desafiam produtores de soja

O 6º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que a colheita da soja em Minas Gerais atingiu 23% da área semeada. O índice representa um atraso em relação ao mesmo período do último ciclo, quando 34% da área já havia sido trilhada. O atraso no início da semeadura devido à falta de chuvas foi um dos fatores que influenciaram esse cenário. Além disso, a baixa luminosidade em dezembro, consequência das precipitações acima da média, alongou o ciclo da cultura. "Tivemos boa parte dos períodos diurnos com o sol encoberto por nuvens", apontou o levantamento.
Já em fevereiro, o clima quente e seco favoreceu a colheita. "As áreas aptas para a colheita, com atividades de dessecação desenvolvendo bem", destacou o relatório. No entanto, a ausência de chuvas resultou em gargalos logísticos. Em algumas localidades, a limitação da capacidade de armazenagem gerou filas para o descarregamento, atrasando o retorno dos caminhões para a colheita.
No que se refere à produtividade, o último ciclo foi impactado por ondas de calor, resultando em redução do stand, replantios acima da média e prejuízos no enchimento de grãos. "Nas regiões de menor altitude, a média ficou próxima de 3.000 kg/hectare", indicou o levantamento. Já neste ciclo, as primeiras áreas colhidas apresentam produtividade superior, com médias acima de 3.600 kg/hectare.
Apesar da melhora, a estiagem ainda preocupa em algumas regiões. No Noroeste do estado e no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, há registros de até 20 dias sem chuvas em parte dos municípios. O impacto atinge lavouras de maior potencial produtivo, especialmente as de ciclo médio e tardio, que ainda estão na fase de enchimento de grãos. Mesmo assim, a estimativa de produtividade foi elevada para 3.904 kg/hectare.