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Como recuperar as áreas queimadas?

O impacto dos incêndios é devastador para a biodiversidade



O impacto dos incêndios é devastador para a biodiversidade O impacto dos incêndios é devastador para a biodiversidade - Foto: Canva

A recuperação de áreas devastadas por incêndios no Brasil é um grande desafio ambiental. Para José Otávio Menten, presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), a regeneração do solo e a restauração do ecossistema exigem esforços contínuos e tecnologias inovadoras. Além do combate ao fogo, a principal dificuldade é a perda da microbiota do solo, essencial para a fertilidade, que fica comprometida, tornando o solo mais compacto e menos produtivo. A erosão também agrava o cenário, dificultando a retenção de água e o crescimento da vegetação.

O impacto dos incêndios é devastador para a biodiversidade. O fogo destrói a vegetação, sementes, raízes e microrganismos do solo, alterando o equilíbrio ecológico. Espécies mais sensíveis são eliminadas, enquanto gramíneas invasoras se espalham, prejudicando a fauna local. A restauração envolve estratégias como cobertura do solo com palha, reintrodução da microbiota e plantio de espécies nativas pioneiras, que ajudam na recuperação da vegetação e estabilizam o microclima.

"O fogo elimina microorganismos importantes e nutrientes disponíveis, tornando o solo compactado e menos produtivo. Além disso, a natureza demora muito tempo para se regenerar, especialmente em ecossistemas sensíveis", complementa.

Além disso, é fundamental o manejo adequado dos recursos hídricos, como recuperação de nascentes e irrigação temporária. Em ecossistemas como o cerrado, árvores de grande porte podem levar décadas para se regenerar, mas o uso de tecnologias como bioinsumos pode acelerar esse processo, favorecendo o retorno da vegetação nativa e contribuindo para a resiliência do ecossistema. Com as estratégias certas, é possível restaurar as áreas queimadas e garantir um futuro mais sustentável.

"Espécies raras e que não têm capacidade de regeneração rápida podem ser eliminadas. Áreas de vegetação rasteira podem começar a se regenerar em poucos anos, mas florestas densas podem levar décadas ou até séculos para recuperar sua estrutura original", explica 
 

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