Pastagens de inverno sofrem com chuvas irregulares
Chuvas favorecem verão, mas inverno preocupa pecuaristas

A Emater/RS-Ascar divulgou nesta quinta-feira (10) o Informativo Conjuntural apontando que, apesar das chuvas recentes terem favorecido o crescimento das pastagens de verão no Rio Grande do Sul, o desenvolvimento das pastagens de inverno tem sido limitado pela irregularidade das precipitações.
Segundo o levantamento, o plantio das forrageiras de inverno segue em andamento, mas o clima instável tem exigido ações de controle contra a incidência de plantas invasoras. No campo nativo, inicia-se o período de dormência natural de várias espécies, o que também interfere na oferta de forragem.
Na região de Bagé, na Campanha gaúcha, os produtores seguem com a implantação de aveia e azevém. Em Maçambará, há uso expressivo de áreas de soja para o plantio direto de pastagens. Em Caxias do Sul, a queda nas temperaturas e o retorno das chuvas favoreceram o desenvolvimento das forrageiras, o que reduziu a necessidade de uso de silagem e feno.
Em Erechim, embora a integração lavoura-pecuária ainda não seja uma prática difundida, ela tem apresentado bons resultados graças à correção e à adubação dos solos. Já em Frederico Westphalen, a dificuldade de acesso às sementes de cereais de inverno tem afetado a implantação das pastagens, tanto para pastejo quanto para silagem.
Em Ijuí, com o encerramento do ciclo das pastagens de verão, os produtores iniciaram a implantação de anuais de inverno como centeio, trigo para pastoreio e aveia branca. A semeadura de aveia preta e azevém deve ocorrer na sequência.
A baixa oferta de forragem também motivou a ampliação de piquetes na região de Passo Fundo. Em Pinheiro Machado, na região de Pelotas, as pastagens nativas ainda garantem alimentação ao rebanho, embora a qualidade nutricional tenha sido reduzida pela falta de umidade. A situação é semelhante em municípios como Piratini, Pedras Altas, Herval, Jaguarão e Arroio Grande, onde o atraso no plantio das pastagens de inverno pode resultar em um vazio forrageiro no final do outono.
Na região de Porto Alegre, os campos nativos apresentam rebrote após o pastejo. Em Santa Maria, as chuvas favoreceram a recuperação de áreas secas, embora o crescimento das forrageiras siga lento. Já em Santa Rosa, o clima ameno e a umidade do solo permitiram o manejo adequado das gramíneas anuais, com roçadas em capim-sudão e milheto para estimular o rebrote, além da dessecação de áreas destinadas ao plantio de aveia e azevém.