Demanda interna define preços do milho no Brasil
Milho tem alta na bolsa e pressão no físico

O mercado brasileiro de milho vem sendo puxado pela demanda doméstica, enquanto o cenário climático lança preocupações sobre a produtividade da segunda safra. A avaliação é do especialista do Grão Direto, em análise publicada nesta segunda-feira (14).
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), 42% do milho da nova safra já foi comercializado até a primeira semana de abril. O número representa um avanço em relação ao mesmo período do ano anterior. A produção total é estimada em pouco mais de 47 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo da safra passada. A produtividade média segue estável, porém ainda aquém dos níveis registrados na última temporada.
“O mercado interno tem sido o principal destino do milho nesta safra, sustentado pela demanda crescente das usinas de etanol e por preços mais atrativos”, destaca o boletim. Com isso, observa-se menor interesse dos produtores em direcionar o grão para exportação ou estocagem. Essa dinâmica tem dado ao consumo interno um papel decisivo na formação dos preços.
Enquanto o mercado interno ganha força, as condições climáticas geram incertezas. Modelos meteorológicos indicam a transição para o fenômeno La Niña, com possíveis impactos na produção de milho safrinha. A previsão aponta chuvas razoáveis no Centro-Oeste até meados de abril. No entanto, a partir de maio, o risco é de queda nas precipitações e nas temperaturas, principalmente no sul de Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
Essas regiões entrarão em fase crítica do ciclo produtivo, e a escassez de chuvas pode afetar o rendimento das lavouras. “O produtor precisa estar atento ao comportamento do clima, que será determinante nos próximos meses”, avalia o especialista.
Na última semana, a valorização registrada na bolsa contrastou com o recuo no mercado físico, que permaneceu desaquecido. A tendência é de continuidade desse movimento. “A expectativa para esta semana é de que o mercado físico siga pressionado, ainda sob os efeitos da volatilidade recente”, aponta a análise.