Trigo: Chicago registra queda no início de março

As cotações do trigo na Bolsa de Chicago registraram queda no início de março, refletindo o cenário global de oferta e demanda. De acordo com dados da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA) referente a semana de (28/02 a 06/03), o primeiro contrato do cereal atingiu US$ 5,18 por bushel em 4 de março, a menor cotação desde agosto de 2024.

Nos dias seguintes, o mercado mostrou leve recuperação, encerrando o pregão do dia 6 de março a US$ 5,37 por bushel, contra US$ 5,46 uma semana antes. A média de fevereiro fechou em US$ 5,77 por bushel, representando um aumento de 5,9% sobre janeiro, mas ainda abaixo da média de fevereiro de 2024, que foi de US$ 5,85.

Os embarques de trigo dos Estados Unidos na semana encerrada em 27 de fevereiro somaram 389.593 toneladas, dentro das projeções do mercado. Desde o início do ano comercial, em junho de 2024, o país já exportou 15,6 milhões de toneladas, volume 20% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.

A China, um dos maiores importadores de trigo do mundo, projeta uma produção robusta para 2025, o que pode resultar em redução das compras internacionais. O trigo de inverno, que representa a maior parte da produção do país, foi semeado em outubro e será colhido em junho.

No último ano, a China produziu 140,1 milhões de toneladas de trigo, reduzindo suas importações para 11,2 milhões de toneladas. Além disso, a demanda por farinha e ingredientes alimentícios à base de trigo tem se estagnado, impulsionada por mudanças demográficas. Com isso, o excedente de produção deve ser destinado ao setor de rações e a estoques governamentais.

O comércio global de trigo também é impactado pelas recentes tensões comerciais entre China e EUA. Como retaliação às novas tarifas impostas por Washington, Pequim anunciou aumentos de impostos sobre US$ 21 bilhões em produtos agrícolas, o que pode afetar ainda mais o equilíbrio do mercado global de grãos.