Mercado brasileiro de milho apresenta valorização em março
Preocupações com atraso no plantio persistem

O mercado brasileiro de milho registrou uma forte valorização na primeira semana de março, refletindo uma demanda interna aquecida e estoques domésticos reduzidos. Segundo a primeira análise da Grão Direto de março, os contratos futuros na B3 apresentaram altas expressivas, com o indicador CEPEA alcançando R$87,00 por saca. Esse movimento é sustentado pela escassez de estoques, que registraram uma queda de 70% em relação ao ano anterior, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e pela demanda firme no mercado spot, agravada pelos desafios logísticos persistentes.
No campo, o atraso no plantio da segunda safra continua a ser uma preocupação. Embora algumas regiões tenham conseguido recuperar parcialmente o ritmo nas últimas semanas, ainda há incertezas sobre o impacto das condições climáticas, que podem comprometer o desenvolvimento das lavouras e, consequentemente, o potencial produtivo da safra.
No cenário global, as cotações em Chicago passaram por volatilidade. O mês começou com queda nos preços, mas a partir do dia 5 de março, os valores se recuperaram. Essa oscilação foi impulsionada pelas expectativas de uma safra recorde nos Estados Unidos e pelos receios com as tarifas comerciais impostas pelos EUA sobre o México e o Canadá.
Expectativas para o mercado de milho
Especialistas preveem que o mercado interno continue sustentado pelos baixos estoques e pela oferta restrita ao longo da semana. A atenção estará voltada para as condições climáticas que afetam o desenvolvimento da safrinha e para as cotações internacionais, que devem continuar voláteis devido às questões tarifárias envolvendo os Estados Unidos, China, México e Canadá. O relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que deve ser divulgado na terça-feira (11), pode fornecer dados para movimentar o mercado internacional de milho.