Estudos comprovam redução de gases de efeito estufa com uso de fontes de nitrogênio
Projeto avaliou o impacto de práticas agrícolas conservacionistas

A Yara está impulsionando a geração de conhecimento científico aplicado para o agronegócio no Brasil. Por meio do Prêmio Boa Colheita Pesquisa, que acontece há sete anos, a companhia financiou cerca de 32 trabalhos, selecionados entre 244 projetos de nutrição de plantas liderados por pesquisadores.
A iniciativa tem como objetivo financiar e premiar estudos de nutrição vegetal e é aberta a um grupo de cerca de 700 especialistas que atuam na academia e extensão rural, que participam do Boa Colheita Experts, programa de relacionamento da Yara com agrônomos que visa gerar e transmitir conhecimento, conectando a academia ao campo.
“A Yara acredita no conhecimento baseado na ciência e atua para que a academia, a extensão rural e o setor privado somem esforços para que o melhor em tecnologias e soluções seja disponibilizado aos produtores”, afirma Leonardo Soares, gerente Sênior de Agronomia da Yara Brasil. “O Boa Colheita Pesquisa é a síntese dessa proposta. O prêmio nos permite mapear e impulsionar estudos para além daqueles que realizamos com nossos próprios pesquisadores, uma forma de valorizar a ciência brasileira e reconhecer seus protagonistas”.
Para garantir representatividade de culturas, o prêmio abre inscrições em duas categorias: Sistemas (incluindo grãos e pastagem) e hortifruti, Perenes e semi-perenes (abrangendo culturas como batata, tomate, cebola, citrus, café e cana). A cada edição, 10 projetos são selecionados, cinco por categoria. A avaliação é feita por uma banca de jurados composta por um pesquisador da Yara e pesquisadores externos, sem vínculo com a empresa, que integram o Programa Boa Colheita Experts e não tenham submetido trabalhos na edição. Os critérios consideram a conformidade das propostas com o protocolo científico e a busca por mais produtividade, qualidade ou eficiência operacional da produção com a nutrição vegetal.
Os 10 estudos aprovados e financiados pela Yara a cada edição são conduzidos por um período médio de um ano e meio. Ao final das pesquisas, os relatórios são reavaliados pela banca de especialistas para a eleição de quatro destaques (dois por categoria), considerando os quesitos de elegibilidade iniciais e os resultados alcançados. Os líderes dessas pesquisas são reconhecidos com um prêmio adicional.
Os destaques do Boa Colheita Pesquisa 2024 serão premiados com uma viagem para o 20th International Plant Nutrition Colloquium (INPC 2025), em julho, na cidade de Porto, em Portugal. O evento é o principal fórum científico global em nutrição vegetal. A Yara inscreveu os trabalhos no congresso, por isso, os pesquisadores também representarão a pesquisa brasileira no evento.
Fernando Alves de Azevedo, do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do Instituto Agronômico (IAC), é um dos destaques da edição de 2024. Seu projeto avaliou o impacto de práticas agrícolas conservacionistas, como o uso de plantas de cobertura, associado a adoção de roçadoras ecológica ou convencional, e adubação com diferentes fontes nitrogenadas (ureia, nitrato de amônio e nitrato de cálcio) no sequestro de carbono e redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) em um pomar de laranja Pêra enxertado em limão Cravo.
Entre outros resultados, o estudo demonstrou que o uso de fontes mais nobres de nitrogênio (como nitrato de amônio e nitrato de cálcio) associado a abordagens conservacionistas tem mais eficácia na redução de GEE, resultando na emissão de aproximadamente 50% menos kg de CO2 equivalente por hectare. Também foi observado aumento significativo de produtividade (29%) com o uso combinado de roçagem ecológica e nitrato de cálcio (YaraLiva NITRABOR), manejo que ainda resultou na menor incidência da doença cancro cítrico. As descobertas são importantes considerando a necessidade de manter a competitividade do Brasil (maior produtor de laranja e exportador de suco da fruta) frente aos desafios de conciliar produtividade e sustentabilidade na produção.
“A conquista reforça a excelência da pesquisa científica desenvolvida no Brasil, especialmente no setor citrícola, e o papel estratégico do Centro de Citricultura Sylvio Moreira do IAC na busca por soluções sustentáveis e tecnológicas para os desafios do campo”, ressalta o pesquisador. “A Yara é uma de nossas principais parceiras. Esse estímulo é muito importante e nos permite colocar nosso ponto de vista técnico sobre a citricultura conciliando com a área de nutrição oferecida pela empresa”.