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“Se não chover, chegaremos a 90% de perdas”: estiagem castiga produtores no RS

A paralisação do crescimento das plantas já é uma realidade



Foto: Carlos Ivan Bencke

A irregularidade climática deste verão volta a assombrar os agricultores do Rio Grande do Sul. Chuvas mal distribuídas e calor extremo comprometem a produção , trazendo impactos severos especialmente para a soja e o milho.

Relatórios técnicos da Emater-RS apontam que a falta de chuvas já compromete as lavouras, principalmente na região Centro-Oeste do estado. Os prejuízos são mais evidentes nas áreas semeadas no início de novembro, onde a floração está abaixo do esperado, e a queda de folhas e flores prejudica a produtividade. Já as plantações mais recentes, de dezembro, sofrem com maior exposição ao vento e à radiação solar, o que acelera a perda de umidade no solo e favorece o crescimento de plantas daninhas.

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Para Carlos Ivan Bencke, produtor rural de Pantano Grande, a situação é alarmante. Cultivando trigo, soja, milho e aveia para cobertura do solo, ele relata que a seca já provocou impactos severos. “A estiagem tem causado paralisação do crescimento das plantas, queda de vagens, folhas e flores, além de literalmente queimar as folhas. Algumas plantas já estão morrendo”, explica.

Bencke estima uma redução de até 60% na produtividade da soja, podendo chegar a 90% ou até à perda total caso não chova nas próximas semanas. “O milho também está muito prejudicado, mas ainda não conseguimos estimar o percentual exato de perda”, acrescenta.

Além das perdas diretas na lavoura, a estiagem prolongada pode gerar impactos econômicos em cadeia. “Se a seca continuar, haverá uma redução drástica nos investimentos e até o abandono de áreas produtivas. Isso pode levar ao endividamento dos produtores, fechamento de empresas e aumento do desemprego, afetando não só o setor agrícola, mas o comércio em geral”, alerta o produtor.

Diante do alerta laranja emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para diversas regiões do estado, os agricultores têm buscado estratégias para minimizar os prejuízos. Bencke conta que aplicou micronutrientes e aminoácidos para tentar mitigar os efeitos do calor intenso e da falta de chuvas. No entanto, sem precipitações consistentes, a eficácia dessas medidas é limitada.

Para o produtor, o apoio governamental é essencial neste momento crítico. “Precisamos de acesso facilitado ao crédito rural e ao seguro agrícola para cobrir custos e receitas. Sem isso, muitos produtores não conseguirão se manter”, afirma.

As previsões climáticas são aguardadas com ansiedade pelos agricultores. Uma chuva volumosa e persistente poderia amenizar os danos e evitar uma crise ainda maior. 

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