Brasil exportou 2,77 milhões de toneladas de algodão em 2024

O 4º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta um cenário favorável para a produção de algodão no Brasil. Com o início da semeadura já avançado em vários estados, a expectativa é de um aumento de 3,2% na área destinada ao cultivo, totalizando 2 milhões de hectares, em comparação com a safra anterior. A produtividade média estimada é de 1,85 toneladas por hectare, o que pode resultar em uma produção total de 3,7 milhões de toneladas, mantendo-se no patamar recorde alcançado na safra de 2023/24.

Em Mato Grosso, a semeadura da primeira safra de algodão iniciou-se em dezembro, logo após o fim do vazio sanitário. A alta de chuvas desde outubro contribuiu para as condições ideais de plantio, e os produtores estão otimistas com a previsão de aumento de áreas, tanto para a safra principal quanto para a safrinha. No entanto, o monitoramento fitossanitário, principalmente em relação ao bicudo do algodoeiro, continua essencial para garantir a saúde das lavouras. A produção total do estado deve aumentar devido à expansão da área cultivada.

Na Bahia, a semeadura começou em novembro, com bom ritmo de avanço, beneficiada pela distribuição regular de chuvas. Os produtores estão confiantes com os bons resultados obtidos na última safra, o que tem impulsionado a expansão da área cultivada. A perspectiva de aumento de área e a boa qualidade das lavouras colocam o estado em posição de destaque para o aumento da produção.

Em Goiás, o início da semeadura foi marcado por boas condições climáticas, mas a redução das áreas plantadas em algumas regiões, como Cabeceiras e no Vale do Araguaia, é atribuída a problemas no fornecimento de energia elétrica para a irrigação, além de condições climáticas adversas. Mesmo com a redução da área, a produtividade permanece dentro das expectativas, com a colheita já em andamento.

Em Tocantins, a semeadura de algodão segue gradualmente, mas as chuvas irregulares têm afetado algumas regiões, dificultando o avanço do plantio. As lavouras apresentam boas condições de desenvolvimento, mas a produtividade foi impactada por essas condições climáticas, especialmente em áreas como Campos Lindos, onde o plantio pouco progrediu.

No Maranhão, as chuvas abaixo da média prejudicaram o ritmo de semeadura da primeira safra de algodão, mas as condições de solo ainda permitem boas expectativas de produção. A segunda safra também deve ser cultivada no estado, com previsão de aumento na produção. Já no Piauí, apesar do início lento da semeadura, o aumento da área cultivada e a ampliação de lavouras irrigadas prometem uma produção satisfatória, embora com uma leve redução na produtividade média por hectare.

Em 2024, o Brasil exportou 2,77 milhões de toneladas de algodão, com a Ásia sendo o principal destino, especialmente a China. Para 2025, a previsão é que as exportações cresçam 2,73%, alcançando 2,93 milhões de toneladas, impulsionadas pela qualidade do produto e pela competitividade no mercado internacional. No mercado interno, a expectativa de crescimento da economia brasileira pode resultar em aumento do consumo de algodão, estimado em 710 mil toneladas, com crescimento de 2,16% em relação a 2024.

Com uma safra cheia e perspectivas positivas no mercado interno e externo, a produção de algodão no Brasil deve continuar a expandir. No entanto, a manutenção de boas práticas agronômicas e o acompanhamento das condições climáticas serão essenciais para garantir uma boa performance da safra 2024/25, com a expectativa de que o estoque final seja de 2,46 milhões de toneladas, um aumento de 2,53% em relação ao ano anterior.