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Como evitar a tripanosomose bovina?

A doença pode ser clínica, subclínica ou crônica


Doença tem se tornado comum no Brasil Doença tem se tornado comum no Brasil - Foto: Bing

A Tripanosomose bovina é uma doença parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma vivax, originário da África, que tem se tornado mais comum no Brasil. Ela afeta bovinos de leite e de corte, causando anemia severa entre outros sintomas. A doença é introduzida no rebanho por animais portadores e se espalha pelo uso compartilhado de fômites contaminados e pela picada de moscas hematófagas como mutucas, moscas dos chifres e dos estábulos.

A doença pode ser clínica, subclínica ou crônica. Na forma clínica, os animais apresentam depressão, anemia intensa, febre intermitente, perda de apetite e peso, redução na produção de leite, linfonodos aumentados, abortos, incoordenação motora, aumento das frequências cardíaca e respiratória, diarreia e podem evoluir para óbito.

“Os sinais clínicos são poucos específicos e podem ser facilmente confundidos com outras doenças como a Tristeza Parasitaria Bovina (Babesiose e Anaplasmose”, explica Marcos Malacco, médico veterinário gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal.

A Tripanosomose bovina assintomática representa um grande risco, já que bovinos aparentemente saudáveis podem disseminar a doença no rebanho, impactando negativamente a produtividade da fazenda. Além disso, os índices reprodutivos são afetados, incluindo o desenvolvimento sexual, qualidade do sêmen, ciclo das fêmeas, resultando em morte fetal, abortos e crias fracas, além de reduzir a libido nos machos. O impacto financeiro é complexo e a recuperação dos índices produtivos pode ser lenta.

“De maneira geral são mais comuns animais com a infecção subclínica, que de tempos em tempos podem apresentar parasitemia caso não haja um programa estratégico de controle. Entretanto estes animais podem ter o desempenho produtivo comprometido, traduzido por baixa performance reprodutiva, menores taxas de desenvolvimento corporal e de ganho de peso vivo, queda na produção leiteira, por exemplo. Além disso, o Trypanosoma vivax pode interferir na imunidade geral dos animais, contribuindo para o surgimento de surtos de enfermidades e infecções diversas (comorbidades), como mastites, pneumonia, infecções dos pés e cascos, entre outras”, explica Malacco.

No Brasil, o Vivedium é a primeira medicação formulada com um tripanocida específico, o cloridrato de isometamidium, registrado no MAPA desde 2015 para controlar a tripanosomose bovina. Desenvolvido pela Ceva Saúde Animal, é indicado para tratamento e controle preventivo da doença. Para tratamento, a dose recomendada é de 0,5mg/kg de peso corporal, enquanto para programas preventivos, a dosagem é de 1mg/kg de peso corporal, oferecendo proteção por até 16 semanas. O período de carência é zero para o leite das vacas tratadas e 46 dias para o abate.
 

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