Plantio de milho atinge 95% da área, mas clima desafia
Preço do milho registra alta no RS
O Informativo Conjuntural da Emater-RS, divulgado na última quinta-feira (2), apresentou um panorama da safra 2024/2025 de milho no estado do Rio Grande do Sul, destacando avanços no plantio, desafios climáticos e o desempenho das lavouras em diferentes regiões. A semeadura atingiu 95% da área projetada, com avanços em pequenas extensões na região da Campanha, onde tradicionalmente ocorre o cultivo tardio. Contudo, a redução da umidade no solo e a ocupação de áreas destinadas à segunda safra limitaram o progresso em outras localidades.
Embora o cultivo apresente desempenho geral satisfatório, superior ao da safra anterior, a variabilidade climática trouxe impactos significativos. Em algumas áreas, o déficit hídrico durante novembro, período crucial para a fecundação e formação de grãos, reduziu o potencial produtivo inicial. A recente sequência de altas temperaturas, ventos e baixa umidade relativa do ar tem acelerado a maturação das plantas, especialmente nas regiões em final de ciclo.
Estimativas da Emater/RS-Ascar projetam o cultivo de 748.511 hectares, com produtividade média de 7.116 kg/ha. Na região de Bagé, o plantio tardio entre o Natal e o início de janeiro demonstra estabilidade produtiva. Já na Fronteira Oeste, o clima seco exige irrigação para sustentar o alto potencial das lavouras irrigadas, enquanto áreas de sequeiro antecipam a maturação devido à falta de umidade.
Em Caxias do Sul, as chuvas regulares e temperaturas amenas favorecem o desenvolvimento, embora o déficit hídrico em lavouras semeadas mais tardiamente tenha elevado a incidência de pragas como lagarta-do-cartucho e cigarrinha.
Na região de Ijuí, 80% das áreas estão em enchimento de grãos, mas o déficit hídrico reduziu o número de grãos por espiga em algumas lavouras. Em Passo Fundo, com 45% em floração e 55% em enchimento de grãos, as condições climáticas têm sido positivas.
Outras regiões, como Pelotas, Soledade e o Baixo Vale do Rio Pardo, reportam avanço no desenvolvimento das lavouras, com destaque para o bom desempenho de áreas semeadas precocemente. O aumento de insolação e a baixa umidade reduziram os casos de doenças fúngicas e bacterianas, mas a presença de pragas como lagarta-do-cartucho e cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) segue em crescimento em algumas áreas, exigindo monitoramento.
No mercado, o preço médio da saca de 60 quilos registrou leve alta de 0,22% na última semana, passando de R$ 67,60 para R$ 67,75, de acordo com o levantamento da Emater/RS-Ascar.