Nova Aliança deve processar 40 milhões de quilos de uva cultivadas em 2.000 hectares

Depois de um 2024 desafiador, mas também de resiliência e superação, a Nova Aliança Vinícola Cooperativa celebra a Vindima 2025 saboreando uma qualidade extraordinária. As uvas colhidas até o momento apresentam excelente equilíbrio entre acidez e açúcar, com uma sanidade que projeta rótulos de excelência. A torcida é para que o clima continue colaborando até o final da colheita, prevista para o início de março – a Vindima 2025 está adiantada em 20 dias. Com unidades em Flores da Cunha, Farroupilha e Santana do Livramento, a vinícola foca nos vinhos finos e espumantes sem deixar de lado sua história com os vinhos de mesa e com o suco de uva, responsável por 80% da produção total anual. A previsão é de que a safra encerra com 40 milhões de quilos de uva, 30% mais que no ano passado.

A jornada da uva das mais de 600 famílias cooperadas começa todos os dias com o nascer do sol, no vinhedo. De lá, ela segue para a matriz, em Flores da Cunha, onde a Nova Aliança elabora um portfólio de mais de 120 rótulos. A rotina envolve gerações de cooperados de pequenas propriedades em municípios da Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha. Um exemplo é a cooperada Giseli Boldrin Rossi (42), que, junto com o pai Rui Luiz Boldrin (77), o marido Vanderlei Rossi (50) e o filho Patrick Rossi (15), está desde o dia 20 de janeiro colhendo uvas. Além de viticultora, mãe, esposa e dona de casa, ela ainda é vereadora, tendo sido reeleita com a maior votação em Nova Pádua, pequena cidade com 2.500 habitantes. É ela, também, que dirige o trator, abastecendo o caminhão que carrega muito mais do que uvas, mostrando que a mulher agricultora participa ativamente de todo o processo. “Cada carga que levo até a nossa matriz representa não apenas o sustento, mas o sonho realizado da nossa família. Trabalhamos o ano inteiro para chegar neste momento. Todos os anos é sempre uma emoção”, comemora. A área de cultivo da família é de 10 hectares, com as variedades Bordô, Niágara, Isabel e Moscato Embrapa. Este ano, devem chegar a 300 mil quilos de uva.

Assim como Giseli, outras famílias mantêm a mesma rotina, sempre com a orientação da assistência técnica disponibilizada pela cooperativa, numa jornada que processa dezenas de variedades de uvas, entre americanas e Vitis vinifera, sendo nove de forma orgânica. No primeiro mês de vindima, a categoria das uvas americanas, também muito importante para a Nova Aliança na elaboração do suco de uva, se destacaram, criando um clima de comemoração entre os agricultores, juntamente com as principais uvas destinadas para a elaboração de espumantes - Pinot Noir e Chardonnay -, com uma maturação uniforme e de grande qualidade.

Campanha Gaúcha

Enquanto isso, em Santana do Livramento, onde a Nova Aliança possui 60 hectares com vinhedos, as castas brancas colhidas são a Chardonnay, Gewurztraminer, Sauvignon Blanc, Pinot Grigio, e as tintas Alicante Bouschet, Ancellotta, Cabernet Sauvignon, Marselan, Merlot, Montepulciano, Pinot Noir, Sangiovese e Tannat. As castas precoces, especialmente as brancas e tintas viníferas utilizadas na elaboração de espumantes e vinhos brancos, já foram colhidas e apresentaram ótima qualidade e sanidade, com equilibrada relação de açúcar e acidez, aspecto fundamental para a elaboração de espumantes.

Como viticultor e responsável pela gestão da cooperativa, Heleno Facchin assegura que os sonhos de cada cooperado se realizam junto com cada safra. “Cada família cooperada tem na vindima a realização de seus sonhos que se concretizam através do trabalho. Temos famílias que fazem parte da vinícola há quatro gerações, demonstrando o conceito de sustentabilidade na prática, e que hoje depositam na contagem regressiva para o nosso centenário a fé necessária para seguir nesta trajetória, preservando e expandindo no Brasil a cultura da uva e do vinho tão vinculados aos aspectos de saúde e união. Agora, é torcer para que o clima siga fazendo a sua parte até o final desta grande colheita”, celebra.

Um pouco de história

A Nova Aliança Vinícola Cooperativa, hoje com mais de 600 famílias cooperadas, surgiu da união de cinco cooperativas vitivinícolas da Serra Gaúcha, onde a história se inicia com a Cooperativa São Victor fundada em 21/11/1929, seguida da fundação da Cooperativa São Pedro em 1930 e as Cooperativa Linha Jacinto, Cooperativa Aliança e Cooperativa Santo Antônio em 1931. Juntas, elas se transformaram em uma única família, reunindo pessoas, valores e histórias de trabalho e superação enraizadas em gerações de descendentes de italianos. Toda uva processada anualmente vem dos cooperados com propriedades em cidades da Serra Gaúcha, Serra do Sudeste e Campanha Gaúcha, além dos vinhedos próprios cultivados em Santana do Livramento onde, numa área de 400 hectares, a vinícola mantém 60 hectares de vinhedos. Assim, o portfólio com mais de 120 rótulos entre espumantes, vinhos finos e de mesa, suco de uva, frisante, filtrado, suco e quentão, expressam os mais distintos terroirs do Rio Grande do Sul. Com uma das maiores e mais modernas plantas de processamento de suco de uva da América Latina, a matriz em Flores da Cunha e as demais unidades tem recebido diversos outros investimentos para suportar o avanço da NOVA - Vinícola desde 1929.