Trigo: mercado lento e geadas ameaçam produção
Preços do trigo se mantêm estáveis no Brasil
De acordo com a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços do trigo no Brasil permaneceram estáveis para o produto de qualidade superior. No Rio Grande do Sul, o preço se manteve em R$ 68,00 por saco nas principais praças, com a média local subindo para R$ 69,13 por saco. No Paraná, as principais praças mantiveram o preço de R$ 76,00 por saco.
Segundo o informando na análise, as geadas recentes, que ocorreram na virada da última semana, causaram novos problemas nas lavouras do Paraná e parte de Santa Catarina. No Paraná, a maior parte das lavouras está em fase de floração e frutificação, com cerca de 28% já em maturação, segundo dados do Deral. No Rio Grande do Sul, 83% das lavouras estão em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, e 17% em floração.
Os preços internacionais e a taxa de câmbio continuam a influenciar as paridades de importação e exportação no Brasil. Para a safra 2024/25, a previsão é de que o país mantenha o ritmo de importações, o que pode limitar as exportações.
No mercado de trigo gaúcho, a demanda segue lenta. Muitos moinhos estão com estoques bem abastecidos, o que resultou em uma redução na moagem. Além disso, problemas de qualidade têm levado ao cancelamento de pedidos, com moinhos de outros estados preferindo adquirir lotes de qualidade reconhecida. Em Santa Catarina, a demanda restrita por farinhas está impactando negativamente a atividade dos moinhos, levando alguns a reduzir a moagem para evitar prejuízos.
No Paraná, o mercado de trigo manteve ofertas para o trigo tipo 1, safra 2024, CIF Guarapuava, a R$ 1.550,00 por tonelada, com pagamento sobre rodas e entrega imediata. Caso a entrega seja fora do estado, haverá incidência de ICMS.
Em termos globais, os Estados Unidos aprovaram recentemente o cultivo do trigo transgênico HB4, desenvolvido na Argentina em parceria com empresas brasileiras. Esta variedade, que já foi aprovada no Brasil pela CTNBio, ainda está em fase de testes, principalmente em áreas do Cerrado e na região Sul do país. A expectativa é que o produto esteja disponível para os produtores na safra de 2026. O trigo HB4 é resistente à seca e pode produzir até 20% a mais do que as sementes convencionais durante períodos de estiagem.