Fundos vendem e soja recua na CBOT
A pressão sobre os preços ocorreu devido ao aumento da oferta de grãos
A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou em baixa nesta quarta-feira, pressionada pela entrada da nova safra brasileira e pelo movimento de venda dos Fundos de Investimentos. Segundo a TF Agroeconômica, o contrato de soja para março caiu 1,51% (-15,75 cents/bushel), encerrando a $1027,75 por bushel. O contrato de maio recuou 1,37% (-14,50 cents/bushel), fechando a $1045,75. O farelo de soja para março caiu 0,84% ($-2,5/ton curta) para $294,1, enquanto o óleo de soja recuou 1,02% ($-0,47/libra-peso), finalizando a $45,66.
A pressão sobre os preços ocorreu devido ao aumento da oferta de grãos da safra brasileira no mercado, reduzindo a demanda pela soja dos Estados Unidos. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) projetou um aumento nos embarques de soja do Brasil em fevereiro, de 9,77 para 10,10 milhões de toneladas. Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) manteve sua estimativa de produção nacional em 171,7 milhões de toneladas, com 106 milhões de toneladas destinadas à exportação.
Outro fator determinante foi o impacto dos dados de inflação nos Estados Unidos, que superaram as expectativas do mercado. O índice anual subiu para 3%, acima da previsão de 2,8%, afetando negativamente os principais indicadores de Wall Street. Com isso, os Fundos de Investimentos buscaram reduzir suas exposições em commodities, vendendo contratos de soja para cobrir perdas no mercado de ações.
“Entre os fundamentos do mercado agrícola que influenciaram a queda, destacaram-se a entrada da oferta brasileira no circuito comercial, que boa parte do setor privado continua prevendo em mais de 170 milhões de toneladas, e as chuvas que vêm sendo registradas em áreas produtoras da Argentina, que deram alívio às lavouras e podem melhorar as perspectivas, após o USDA ter ajustado ontem em seu relatório mensal de 52 para 49 milhões de toneladas sua estimativa sobre o volume da colheita de soja argentina”, comenta.