PA: Salvaterra é responsável por 95% do abacaxi consumido em Belém
O município foi escolhido para a implantação do projeto piloto do SPI Abacaxi executado pela Sedap e Emater
O município de Salvaterra, no Marajó, é responsável por 95% do abacaxi consumido em Belém e comercializado nas Centrais de Abastecimento do Pará (Ceasa). Por causa desse protagonismo, o município foi escolhido para a implantação do projeto piloto do Sistema de Produção Integrada do Abacaxi (PI Abacaxi) executado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
De acordo com o gerente de fruticultura da Sedap, o engenheiro agrônomo Geraldo Tavares, entre as metas do sistema está a viabilidade de um produto de qualidade em sintonia com as boas práticas de produção e respeito ao meio ambiente. Outro objetivo relevante do sistema é que trata-se de um projeto piloto de agroindústria para cooperativas de agricultores familiares. O especialista informa que a Sedap já adquiriu parte dos equipamentos à implantação da agroindústria, como por exemplo, despolpadeira, caixas plásticas, seladoras, mesas de inox e dosador. O processo licitatório para aquisição do equipamento restante será finalizado agora em agosto.
A estrutura física será implantada no distrito de Condeixa, em Salvaterra, o polo produtor no Marajó. A administração da agroindústria ficará a cargo de uma das cooperativas do arquipélago que serão escolhidas através de concorrência pública. As propostas serão analisadas por uma comissão criada para esse fim, conforme publicação no Diário Oficial do Estado (DOE).
Tavares explica que o PI Abacaxi prevê a montagem de unidade demonstrativa e de pesquisa do sistema de irrigação e nutrição do abacaxizeiro, além do levantamento da existência de propriedades com o sistema implantado que permita a observação e adoção das boas práticas de produção de abacaxi pelos produtores circunvizinhos.
O engenheiro agrônomo Geraldo Tavares informa que a unidade fará não só o demonstrativo, ou seja, apresentará o modo de fazer e o custo, mas também será uma espécie de vitrine para os experimentos. “Para ver como será adubação (qual o tipo). O produtor não tem elementos para fazer de maneira ideal. Às vezes usa pouco ou excesso de adubo. Esse experimento vai definir os níveis nutricionais do abacaxi para aquelas condições de solo”.
A previsão é que até o próximo ano, 45 famílias produtoras de abacaxi tenham aderido ao Sistema PI. A meta é que seja implantado em módulo de até um (1) hectare por produtor. Além de Condeixa, o novo sistema será estendido às agrovilas de Monsaras, Cachoeirinha, Júlio, Maruacá, Albino, Chácara, Chiquita e Vila União.
Outra meta a ser atingida com a implantação do sistema, como explicou Geraldo Tavares, é a criação de um selo de qualidade que garanta ao produto regional uma identidade em nível nacional como forma de conquista de novos mercados, a exemplo do que já ocorre com o queijo do Marajó, obtido em março deste ano. “Esse selo será destinado exclusivamente aos produtores quer aderirem ao projeto. É a valorização do produto, com suas propriedades, sem uso de agrotóxico”, frisa.