Menor produção e alta comercialização reduzem exportações de milho em 54%
A retração na oferta está diretamente relacionada à quebra de safra

As exportações de milho em Mato Grosso registraram queda no primeiro trimestre de 2025. Segundo informações do boletim informativo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o estado embarcou 2,07 milhões de toneladas do grão no período, volume 54,50% menor em comparação ao mesmo intervalo de 2024. O recuo é atribuído principalmente à menor disponibilidade do cereal no mercado interno.
A retração na oferta está diretamente relacionada à quebra de safra. A produção da temporada 2023/24 caiu 10,16% em relação ao ciclo anterior, impactando significativamente a capacidade de exportação. Além disso, o ritmo acelerado de comercialização observado nos últimos meses contribuiu para a escassez atual, restando apenas cerca de 503,53 mil toneladas de milho disponíveis para negociação.
Ainda conforme análise do Imea, a baixa nas exportações também está alinhada a um movimento sazonal. Neste período do ano, é comum que os embarques de milho percam força devido ao início do escoamento da safra de soja. Como consequência, o milho tende a enfrentar uma concorrência logística, o que reforça a expectativa de pressão sobre os volumes exportados até o início da próxima colheita.
A limitação da oferta interna pode influenciar a formação dos preços nos próximos meses, além de trazer impactos diretos para o planejamento de comercialização por parte dos produtores. Com menos produto disponível e demanda internacional ainda aquecida, o mercado poderá registrar ajustes nos valores pagos ao produtor rural.
Diante desse cenário, o setor segue atento à evolução climática e às condições do solo para a próxima safra, que deve começar a ser colhida nos próximos meses. O desempenho da produção será determinante para definir os rumos das exportações e da política de escoamento em Mato Grosso ao longo de 2025.