Lagarta-do-cartucho segue um problema
As condições climáticas também desempenham um papel fundamental na proliferação

O controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) tem se tornado cada vez mais desafiador, conforme explica Mateus Assis, Assistente Técnico na Agro Assis LTDA. Entre os fatores que contribuem para o aumento da pressão da praga estão o abandono da adoção de áreas de refúgio, a não utilização de Inseticidas específicos e a presença contínua de plantas de milho no campo ao longo do ano. Além disso, a lagarta apresenta aptidão para se alimentar de diversas culturas, como braquiária, trigo, soja, feijão, aveia, hortaliças, milheto e sorgo.
As condições climáticas também desempenham um papel fundamental na proliferação da praga. Altas temperaturas reduzem o tempo de desenvolvimento da lagarta, enquanto a ausência de chuvas afeta a produção da proteína Bt nas plantas e impede a “lavagem” dos ovos e das ninfas. Nesta safrinha de 2025, a região do Campo das Vertentes enfrentou temperaturas acima de 30°C e um veranico prolongado de mais de 35 dias, criando um ambiente propício para o aumento da infestação.
“Em dois casos específicos, nos deparamos com lavouras de híbridos que contém a proteína para controle da lagarta apresentando mais de 30% de plantas severamente atacadas. Foi então que optamos por fazer o teste no campo para comprovar a presença da proteína Bt, coletando folhas com e sem ataque de lagartas”, explica.
Em algumas lavouras, híbridos contendo a tecnologia Bt apresentaram mais de 30% das plantas severamente atacadas. Para investigar a eficácia da proteína, foram coletadas folhas de plantas com e sem ataque de lagartas para a realização de testes. Esses dados reforçam a necessidade de estratégias mais eficientes de manejo, combinando biotecnologia, boas práticas agronômicas e controle químico adequado para reduzir a resistência da praga.