Clima irregular impacta safra de soja e milho
Calor extremo preocupa produtores
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No boletim Weekly Weather and Crop Bulletin, divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), aponta que o clima irregular tem influenciado a produção agrícola no Brasil. Enquanto a seca no Rio Grande do Sul acelerou o desenvolvimento da soja, comprometendo o potencial de rendimento, as chuvas persistentes em Mato Grosso têm atrasado a colheita da oleaginosa e o plantio do milho de segunda safra.
De acordo com o relatório, as chuvas foram escassas e mal distribuídas no Sul e Centro-Oeste, com volumes superiores a 25 mm apenas em algumas localidades. No Rio Grande do Sul, onde a estiagem já preocupa os produtores, a soja em fase de enchimento está 13 pontos à frente do ritmo do ano passado. No entanto, a aceleração do ciclo ocorre às custas da produtividade, reduzindo o potencial de colheita.
Já em Mato Grosso, a situação é oposta: as chuvas constantes variaram entre 10 e 50 mm, beneficiando o milho e o algodão recém-plantados, mas atrasando a colheita da soja em 14 pontos percentuais em relação a 2023. Com isso, o plantio do milho safrinha também sofreu um atraso equivalente.
Além das oscilações no volume de chuva, o calor intenso também afetou a produção agrícola. Temperaturas próximas dos 40°C atingiram áreas da fronteira sudoeste do país, elevando o estresse hídrico das lavouras. Apesar disso, uma onda de ar mais frio no final da semana ajudou a aliviar os impactos climáticos.