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Escola estadual mantém horta em parceria com a Embrapa em Belém (PA)

Da parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental e a Escola Estadual Lauro Sodré, tem se colhido muito mais que os vegetais cultivados na horta



Da parceria entre a Embrapa Amazônia Oriental e a Escola Estadual Lauro Sodré, em Belém, tem se colhido muito mais que os vegetais cultivados na horta. Além das hortaliças que incrementam a merenda escolar e o espaço multidisciplinar usado para variadas disciplinas, o canteiro virou semeador de sonhos e pelo menos dois alunos já têm como meta cursar agronomia, inspirados pelas atividades desenvolvidas e o gosto com a lida com a terra.

O trabalho entre as instituições teve como semente um curso do então projeto Hortaliças ministrado em 2014 para diversas escolas da capital paraense. O desejo de retomar uma antiga horta que anos atrás havia na escola, aproximou a professora de biologia Valdenice Moscoso da analista da Embrapa Mazillene Borges, então responsável pelo projeto Hortaliças. Foram alguns anos e outros cursos sobre o tema até que a professora conseguisse viabilizar recursos e pessoal necessários para a montagem da horta.

A educadora passou não só a participar dos cursos na área oferecidos pela Embrapa como trouxe alunos para a formação, como o estudante Pedro Henrique Vieira da Rocha, de 20 anos. O aluno participou do primeiro curso sobre hortaliças e cultivos orgânicos quando ainda cursava o primeiro ano do ensino médio e hoje, mesmo tendo concluído a escola, não abandona o trabalho com o cultivo de vegetais na Lauro Sodré e sonha em cursar faculdade de agronomia. Desejo compartilhado com o colega Thiago Cardoso, de 19 anos, que também é um dos voluntários que diariamente, inclusive aos finais de semana, dedica parte de seu tempo com os cultivos.

Atualmente a escola mantém uma horta em cultivo protegido, onde plantam couve, coentro, cebolinha, alface e mais recentemente, batata-doce biofortificada. A agrônoma da Embrapa Mazillene Borges comentou que o entusiasmo da escola e a vontade de incrementar o espaço acabaram aproximando ainda mais as instituições e agregando novos programas e projetos da Embrapa, como o de biofortificados, trazendo o técnico Jaime e os cursos promovidos pelo Núcleo de Responsabilidade Social (Nures), com a participação do também agrônomo Silvio Levy.

Horta incrementa a merenda e aproxima a comunidade escolar

Manter uma horta com poucos recursos são é atividade fácil. Mazillene explica que dezenas de instituições participaram os cursos ofertados a escolas da rede municipal e estadual para a implantação os cultivos, mas apenas a Lauro Sodré conseguiu dar continuidade, dado o envolvimento de parte dos professores. “Para o clima de Belém, com muito sol e períodos de fortes chuvas, é necessário o chamado cultivo protegido, com cerca e cobertura, o que não é barato e aumenta o trabalho dedicado”, argumentou.

A escola Lauro Sodré foi um pouco além e também instalou um sistema de irrigação, ações que aliadas a muito trabalho, tem garantido a manutenção e sucesso da horta.

Com os novos cursos, entre eles, o aproveitamento de material reciclado ministrado pelo Nures, a escola conseguiu montar os canteiros com garrafas pet. A ação não só protegeu os plantios, como aproximou a comunidade escolar com o engajamento dos pais e alunos na coleta e confecção dos materiais.

Toda produção da horta é orgânica e usada no incremento da merenda escolar. O excedente é vendido na própria escola e o recurso usado para a compra de insumos e manutenção do espaço. “Não é muito dinheiro, mas ajuda na compra de materiais”, afirma a professora Valdenice. Ela também passou a buscar recursos em parcerias com instituições públicas e junto a fundos e projetos oferecidos à rede pública de educação.

Atualmente, a horta fornece alimentos, aproxima a comunidade escolar, serve de laboratório aberto a diversas disciplinas e faixas etárias. Os professores comentam que muitos alunos participam das oficinas realizadas no espaço, levam mudinhas para suas casas e aumentam os relatos que pequenos cultivos junto às famílias estimulados pela atividade escolar.

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