Até que ponto Trump influenciará a soja?
Entre os fatores de alta, destacam-se a tentativa da China de ampliar estoques
De acordo com análise da TF Agroeconômica, as decisões de política comercial do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, têm potencial de influenciar significativamente o mercado de soja. O contexto envolve expectativas quanto a tarifações agressivas e mudanças na demanda global, com impacto direto sobre os preços no Brasil e em Chicago. A tendência doméstica pode se descolar das internacionais devido ao aumento previsto na demanda para biodiesel, com a transição de B14 para B15 até o final do próximo trimestre.
Os possíveis cenários incluem: (a) ausência de sanções, o que levaria à queda do mercado por excesso de oferta e redução da demanda chinesa; (b) imposição de tarifas à soja americana, favorecendo o Brasil devido ao redirecionamento da demanda chinesa, impulsionando prêmios de exportação e preços; e (c) uma estratégia inversa, onde a China seria forçada a priorizar a compra de soja dos EUA, o que prejudicaria o Brasil, reduzindo os prêmios e pressionando os preços internos. Frente a essas incertezas, a recomendação é aproveitar altas pontuais para vendas parceladas antes de fevereiro, período de colheita com maior oferta e tendência de baixa sazonal.
Entre os fatores de alta, destacam-se a tentativa da China de ampliar estoques antes da posse de Trump, a recuperação do real frente ao dólar e o aumento da demanda por soja-grão para biodiesel, que exigirá cerca de 6,27 milhões de toneladas adicionais além das 54 milhões previstas para esmagamento. Já entre os fatores de baixa, sobressaem as boas condições climáticas na América do Sul, garantindo uma safra recorde de 232,2 milhões de toneladas, a queda nos preços do óleo de soja e de palma, e as incertezas sobre a demanda de biodiesel nos EUA.