Mecanização aumenta rendimento na colheita de café
Colheita de café exige planejamento e técnicas adequadas
A colheita de café exige planejamento e técnicas adequadas para garantir qualidade e produtividade. No Brasil, existem três principais métodos de colheita de café, conforme as informações divulgadas pela engenheira-agrônoma Carina Oliveira publicado no Blog da Aegro.
Manual: Utilizada principalmente em áreas declivosas e pequenas propriedades, onde o uso de máquinas não é viável. Os trabalhadores fazem a retirada dos frutos diretamente dos ramos, exigindo maior demanda de mão de obra e tempo. Antes da colheita, realiza-se a arruação, que consiste na limpeza sob as plantas para facilitar o recolhimento e evitar a mistura de grãos com resíduos vegetais. Esse método pode ser feito por derriça total, colhendo todos os frutos de uma vez, ou seletiva, retirando apenas os grãos maduros para cafés especiais.
Semimecanizada: Combina trabalho manual e uso de máquinas, sendo adotada para otimizar tempo e reduzir custos. Equipamentos como derriçadeiras elétricas auxiliam na retirada dos grãos, enquanto máquinas específicas recolhem os frutos e realizam a abanação para separá-los de impurezas. Esse método é amplamente utilizado devido à escassez de mão de obra, aumentando a eficiência operacional.
Mecanizada: Implementada em áreas com topografia favorável, utiliza máquinas automotrizes ou de arrasto para realizar todas as etapas do processo. Esse sistema proporciona maior rendimento e redução de custos operacionais. Propriedades que optam por essa modalidade devem ajustar o espaçamento entre linhas (3 a 4 metros) para facilitar a movimentação dos equipamentos. A regulagem das colhedoras é essencial para minimizar perdas e evitar danos às plantas.
Segundo as informações da publicação, após a colheita, o processamento pós-colheita é determinante para manter a qualidade dos grãos. Inicialmente, os frutos passam por um processo de secagem, que pode ser realizado em terreirões tradicionais ou suspensos, mais comuns na produção de cafés especiais. A umidade dos grãos deve ser reduzida para níveis entre 10,5% e 11,5%. Em seguida, ocorre o beneficiamento, no qual os grãos são separados de impurezas como folhas e pedras, além da remoção da casca seca. Esse processo pode ser feito por máquinas fixas ou móveis.
Por fim, o armazenamento é realizado em sacarias ou big-bags, mantidos em locais ventilados, limpos e protegidos da luz solar. Os sacos são colocados sobre paletes para evitar o contato com o solo ou paredes, preservando a qualidade do produto até a comercialização, conforme o informado pela engenheira-agrônoma.