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Safra de milho: produção pode aumentar mesmo com redução na área plantada

Planejamento da segunda safra ainda dependerá das condições climáticas


Foto: Pixabay

As projeções para a safra de milho verão 2024/25 indicam uma continuidade na redução da área plantada, seguindo a tendência observada nos últimos anos, segundo dados divulgados na Estimativa Céleres® da safra de grãos 2024/25. A área destinada ao milho verão deve encolher em cerca de 100 mil hectares, representando uma queda de 2,5% em comparação ao ciclo anterior, podendo totalizar aproximadamente 4,3 milhões de hectares. Apesar dessa possível redução, a produção de milho para a primeira safra 2024/25 deve alcançar 27,1 milhões de toneladas, um aumento projetado de 4% em relação à safra anterior. Esse crescimento na produção, mesmo em um cenário de custos e preços pressionados, reflete as margens operacionais que, embora abaixo da média histórica e inferiores às da soja, devem permanecer positivas.

Há uma expectativa de que o fenômeno La Niña, mesmo que de baixa intensidade, possa impactar significativamente a safra de milho verão, especialmente na região Centro-Sul, onde menores precipitações são mais prováveis. Esse fator climático pode influenciar a produtividade do milho verão, segundo as estimativas.

Para a safra de inverno, as perspectivas indicam que a rentabilidade operacional média pode ser positiva, com uma estimativa de R$ 495 por hectare, correspondendo a 10,9% sobre a receita bruta. Mesmo com margens limitadas, espera-se um crescimento marginal na área plantada de milho inverno, que pode atingir 17,6 milhões de hectares, um aumento de 300 mil hectares em relação ao ciclo anterior.

O planejamento da segunda safra ainda dependerá das condições climáticas e da janela de plantio no início de 2025. A competição com culturas substitutas, como sorgo, gergelim e trigo, pode levar a ajustes na estratégia dos produtores para essa etapa.

Considerando as três safras (verão, inverno e safrinha), a oferta total de milho no Brasil em 2024/25 pode se aproximar de 134,1 milhões de toneladas, o que representaria um aumento de 5 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior. Esse aumento na oferta seria acompanhado por uma demanda interna robusta, impulsionada pela necessidade de ração animal e pelos investimentos no setor de etanol de cereais.

As exportações de milho para a próxima safra podem alcançar 51 milhões de toneladas, um crescimento de 17% em relação ao ciclo 2023/24, caso a demanda global pelo cereal se mantenha firme.

Mesmo com o aumento na produção, a relação estoque/consumo interna deve ficar em 9,4%, uma leve redução em comparação à média dos últimos cinco anos. Esse cenário pode indicar uma recuperação gradual, mas lenta, nos preços internos do milho ao longo de 2025.

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