Agricultura de baixo carbono ganha espaço no Brasil

De acordo com informações divulgadas pela engenheira agrônoma Carina Oliveira, em publicação no Blog da Aegro, com as mudanças climáticas se intensificando nos últimos anos, pressionadas por eventos como chuvas intensas, secas, geadas e granizos, a agricultura global enfrenta desafios para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e adotar práticas mais sustentáveis. Em resposta a essa demanda, diversos países têm incentivado tecnologias agropecuárias que promovam a sustentabilidade e mitiguem os impactos ambientais.

Segundo a publicação, no Brasil, o Plano ABC (Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura) destaca-se como uma iniciativa pioneira. O programa conta com sete frentes tecnológicas voltadas à mitigação e adaptação climática, abrangendo práticas como recuperação de pastagens degradadas, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, plantio direto, fixação biológica de nitrogênio, florestas plantadas, tratamento de dejetos animais e estratégias de adaptação às mudanças climáticas.

Recuperação de Pastagens Degradadas
Essa prática melhora a retenção de carbono no solo e aumenta sua fertilidade, promovendo o crescimento saudável de plantas e microrganismos. Como resultado, áreas antes improdutivas podem sustentar maior número de animais por hectare.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs)
A diversificação de culturas e criações em uma mesma área aumenta a ciclagem de nutrientes, reduz o risco de erosão e favorece a fixação de carbono, tornando os sistemas mais resilientes e produtivos.

Sistema Plantio Direto (SPD)
Ao evitar o revolvimento do solo, essa técnica reduz a liberação de carbono, melhora a retenção de umidade e aumenta a produtividade ao longo dos anos.

Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN)
A simbiose entre plantas e bactérias que fixam nitrogênio reduz a necessidade de adubos nitrogenados, economizando recursos e diminuindo a emissão de gases nocivos, como o óxido nitroso.

Além dos benefícios ambientais, as práticas de agricultura de baixo carbono trazem vantagens econômicas aos produtores. A recuperação de pastagens, por exemplo, permite a intensificação da pecuária, enquanto o uso de fixadores biológicos de nitrogênio reduz custos com fertilizantes.