Safras de inverno da Austrália devem atingir 59,8 mi tons
A área total plantada com culturas de inverno atingiu um recorde

A produção de safras de inverno da Austrália está estimada em 59,8 milhões de toneladas para a comercialização de 2024-25, representando um aumento de 27% em relação à média de 10 anos e consolidando-se como a terceira maior já registrada. Os dados foram divulgados no relatório de 3 de março do Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences (ABARES), que destacou a revisão para cima na produção, especialmente na Austrália Ocidental e em Nova Gales do Sul. Nesses estados, a colheita foi reajustada em 19% e 6%, respectivamente, em relação às projeções de dezembro de 2024.
O trigo, principal cultura de inverno do país, deve alcançar 34,1 milhões de toneladas, um crescimento de 31% na comparação anual e 28% acima da média histórica. Os estados líderes na produção do grão, Nova Gales do Sul e Austrália Ocidental, devem registrar uma recuperação expressiva, de 82% e 64%, impulsionada pela expansão nas regiões do norte. Já a produção de cevada deve atingir 13,3 milhões de toneladas, alta de 23% em relação ao ciclo anterior e 17% superior à média de 10 anos, beneficiada por um aumento de 10% na área plantada e rendimentos acima da média nacional. Em contraste, a canola teve uma leve retração de 2%, totalizando 5,9 milhões de toneladas, reflexo da redução da área cultivada, embora os rendimentos tenham sido favoráveis.
A área total plantada com culturas de inverno atingiu um recorde de 24,9 milhões de hectares, alta de 8% impulsionada pelo aumento significativo em Nova Gales do Sul (+27%) e Queensland (+38%). Segundo a ABARES, as condições climáticas favoráveis estimularam a expansão do plantio para áreas não tradicionais, especialmente no noroeste de Nova Gales do Sul.
Já a produção de safras de verão deve cair ligeiramente para 4,7 milhões de toneladas, mas permanecer 28% acima da média de 10 anos. O destaque é o sorgo, cuja produção deve crescer 5%, atingindo 2,3 milhões de toneladas, 37% acima da média histórica. Apesar da redução de 4% na área cultivada, as chuvas tardias ajudaram a melhorar os níveis de umidade do solo, beneficiando o rendimento da cultura.