Região Norte lidera inadimplência no agro; Sul tem melhor desempenho
Estudo revelou que os pequenos proprietários rurais apresentam o menor índice
De acordo com um levantamento da Serasa Experian, 7,7% da população rural brasileira estava inadimplente no terceiro trimestre de 2024, considerando dívidas vencidas há mais de 180 dias e contraídas junto a empresas relacionadas às principais atividades do agronegócio. Em comparação ao segundo trimestre do mesmo ano, houve um aumento de 0,3 pontos percentuais na taxa.
Para Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, o quadro ainda é considerado estável, mesmo diante de adversidades como acesso ao crédito limitado, rolagem de dívidas, preços das commodities e impactos climáticos. “Apesar do leve aumento, o fato de a maioria dos proprietários rurais se manter adimplente é um reflexo positivo, considerando os desafios enfrentados no campo”, destacou.
Pequenos produtores lideram adimplência no setor
O estudo revelou que os pequenos proprietários rurais apresentam o menor índice de inadimplência, com 6,9%. Na sequência estão os produtores de médio porte (7,4%) e aqueles sem registro de cadastro rural – como arrendatários e participantes de grupos familiares – com 9,9%. Já os grandes proprietários registraram a maior taxa, atingindo 10,2%.
Região Norte Agro tem maior índice de inadimplência
Entre as regiões analisadas, a "Norte Agro" – que inclui o Norte do Brasil (com exceção de Rondônia e Tocantins) e parte do Maranhão – liderou a inadimplência no terceiro trimestre de 2024, com um índice de 11,1%. Em contraste, a região Sul se destacou com o menor percentual de inadimplentes, marcando apenas 5%.
Proprietários experientes têm maior estabilidade financeira
O levantamento apontou que a idade dos proprietários rurais influencia na capacidade de honrar dívidas. Os mais experientes registraram os menores índices de inadimplência, enquanto aqueles com idades entre 18 e 29 anos formaram a parcela mais inadimplente da população rural.
Setores do agronegócio apresentam otimismo na inadimplência
Dentre os setores onde as dívidas foram contraídas, as instituições financeiras tiveram maior participação, com 6,8% de inadimplentes. Por outro lado, setores diretamente ligados ao agronegócio, como agroindústrias, serviços de apoio, e revendas de insumos e máquinas, apresentaram taxas baixíssimas, de 0,2% e 0,1%, respectivamente.
“Os dados mostram que a cadeia agro permanece resiliente em termos de inadimplência. Se, no geral, 7,7% dos proprietários rurais estão inadimplentes, em setores diretamente relacionados ao agronegócio, os percentuais são ainda menores, o que reforça a solidez do setor”, concluiu Marcelo Pimenta.