Trigo fecha 2024 com oscilações nos preços
União Europeia e Rússia reduzem produção de trigo
Segundo os dados da edição de dezembro do Boletim Agropecuário da Epagri, divulgados pelo Observatório Agro Catarinense, o mercado de trigo encerrou 2024 com oscilações nos preços internos e perspectivas globais desafiadoras para a safra 2024/25. Dados mostram que os preços médios pagos aos produtores catarinenses caíram 1,90% em novembro, mas ainda acumulam alta real de 8,91% no ano. No Paraná, o avanço anual é de 12,67%, enquanto no Rio Grande do Sul o preço permaneceu estável no mês, com leve alta de 0,19%.
Analistas apontam que o setor continua sujeito a fatores como clima, câmbio e barreiras comerciais, tornando fundamental o acompanhamento de tendências e projeções. A análise do mercado internacional destaca cenários de alta e baixa para os preços globais, influenciando diretamente o desempenho brasileiro.
Fatores de alta
Segundo o boletim, a na União Europeia, a safra de trigo 2024/25 enfrentou perdas significativas devido ao excesso de chuvas, reduzindo a produção em 10,21% e as exportações em 23,58%, alcançando o menor volume em 12 anos. Na Rússia, o mesmo problema climático deve diminuir a produção em 10,93% e as exportações em 15,31%, com o governo russo impondo quotas de exportação para conter os impactos. Na Austrália, as fortes chuvas comprometeram a qualidade da safra, forçando o redirecionamento de até 5 milhões de toneladas para a produção de ração animal, representando de 8% a 16% da colheita total.
Fatores de baixa
Na Argentina, cerca de 38,7% da nova safra já foi colhida, com expectativa de 18,8 milhões de toneladas – a quarta maior colheita em 15 anos, mesmo após períodos secos. Apesar das perdas na qualidade, a Austrália projeta colher 31,9 milhões de toneladas, acima da média de 26,6 milhões registrada na última década.
As perspectivas globais apontam para uma produção 0,22% maior e consumo 0,58% superior na safra 2024/25 em relação à anterior. No entanto, o comércio internacional deve cair 3,50%, refletindo as restrições nas exportações da União Europeia e da Rússia. Os estoques finais também tendem a diminuir 3,56%, atingindo 257,9 milhões de toneladas – o menor volume desde 2015/16, conforme o Observatório Agro Catarinense.