Altas temperaturas afetam a safra de morango

A produção de morango no Rio Grande do Sul segue em fase de transição, com os produtores realizando preparativos para a nova safra e enfrentando desafios climáticos. De acordo com o boletim conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na última quinta-feira (6), diferentes regiões do estado estão em momentos distintos do ciclo produtivo, refletindo nas condições das lavouras.

Na região de Pelotas, especialmente em Turuçu, onde o cultivo ainda ocorre majoritariamente em canteiros no solo, os produtores realizam a limpeza das áreas, retiram mudas inferiores e semeiam plantas de cobertura como parte da preparação para o próximo ciclo. Além disso, começaram as entregas de mudas frigorificadas, que passaram por estimulação com poda e adubação para iniciar a floração.

Na região de Santa Rosa, os agricultores realizam a poda de renovação nas áreas de primeiro ano, mas enfrentam dificuldades devido às altas temperaturas, que afetam a qualidade do produto e favorecem o ataque de tripes, exigindo maior controle fitossanitário.

Já em Venâncio Aires, na região administrativa de Soledade, produtores que substituirão as plantas aproveitam para adotar novos sistemas de cultivo, como slabs e calhas, que melhoram o acondicionamento das mudas. No entanto, o calor intenso vem provocando manchas foliares em variedades sensíveis, além de deficiência de cálcio em folhas e frutos.

Na região de Lajeado, em Bom Princípio, a produção sofreu queda no final de fevereiro devido às altas temperaturas que reduziram a emissão de flores. Apesar da colheita ainda de variedades neutras, como San Andreas, o período também é marcado pelo preparo para o novo plantio, com a remoção de mudas antigas e organização dos canteiros. Os produtores demonstram preocupação com a entrega de mudas no prazo e na quantidade adequada, um desafio recorrente no setor.