MT: chuva preocupa produtores de Sorriso
Grande volume de chuva pode interferir na dessecação
Produtores da capital-nacional da soja estão preocupados com a previsão do tempo. Em Sorriso (MT) os próximos dias devem ser de grandes volumes de chuvas, o que pode impactar na colheita. Segundo o Sindicato Rural deve ser redobrado o cuidado na dessecação dos grãos, evitando grandes áreas para não ter prejuízo. “Não dessecar grandes áreas, dessecar aquilo que sua máquina pode colher, aquilo que pode colher durante o dia. Não vamos adiantar muito porque pode ter problema sim”, alertou o presidente da entidade, Silvano Filipetto, ao site Só Notícias.
Segundo a Somar Meteorologia a previsão é de 20 mm e a chuva deverá quase paralisar a colheita até o dia 14, período em que há previsão de precipitação todos os dias. Até agora, Sorriso já colheu quase 10% dos mais de 600 mil hectares de soja plantados. A estimativa para este ano é 2,1 milhões de toneladas no município, com produtividade de 60 sacas por hectare.
No Mato Grosso a colheita está atrasada, com apenas 4,17% das áreas colhidas. Na safra passada o volume ultrapassava os 20%. “Tivemos problemas lá em outubro, novembro quando começamos a plantar. Todos sabem do grande atraso que teve e, agora, estamos com as previsões. Isso nos preocupa bastante é mais um problema para o produtor. A gente reza para não acontecer essa previsão, mas se acontecer o produtor tem que estar preparado com máquinas”, disse Filipetto.
O clima também pode ter causado uma anomalia nas lavouras com o apodrecimento dos grãos e vagens de soja na região. Uma análise é feita em Cuiabá, ainda sem prazos de divulgação. Nesta quinta-feira (04) a Embrapa emitiu uma nota apontando as possíveis causas do problema que pode levar a perdas de até 20%.
“Diante das observações e análises realizadas até o momento, a hipótese da causa do apodrecimento de vagens está ligada a um conjunto de fatores relacionados ao ambiente desfavorável e à sensibilidade de determinadas cultivares. O ambiente desfavorável trata-se, muito provavelmente, de estresses térmicos, com elevadas temperaturas, associadas com déficit hídrico. Quanto às cultivares de soja, as observações a campo sugerem existir variabilidade genética para sensibilidade a esse problema”, diz a nota.