Colheita avança e soja se mexe em Chicago
A estabilidade da soja no início da semana reflete perdas nos contratos mais curtos

A soja negociada na Bolsa de Chicago (CBOT) fechou de forma mista nesta segunda-feira, impactada pelo avanço da colheita no Brasil e pela valorização do real, conforme análise da TF Agroeconômica. O contrato para maio, referência para a safra brasileira, recuou 0,05%, encerrando a US$ 1015,50 por bushel. O vencimento de julho também caiu 0,07%, para US$ 1029,25 por bushel. No mercado de derivados, o farelo de soja para maio perdeu 0,52%, cotado a US$ 304,30 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja subiu 1,23%, alcançando US$ 42,10 por libra-peso.
A estabilidade da soja no início da semana reflete perdas nos contratos mais curtos e ganhos moderados nos mais longos. O avanço acelerado da colheita no Brasil pressiona os preços, pois o país já está consolidando trabalhos adiantados em relação ao ano passado. Além disso, a valorização do real, que recuperou 5,2% desde a posse do presidente americano Donald Trump, reduz a competitividade da soja brasileira no mercado global, afetando exportações em um momento de alta demanda pela oleaginosa sul-americana.
Outro fator que pesou no mercado foi o relatório de embarques para exportação, considerado neutro para os preços. Já o relatório sobre a moagem de soja em fevereiro trouxe um sinal negativo, apontando queda no processamento e aumento dos estoques de óleo de soja. Isso reforça preocupações sobre a demanda por derivados, principalmente em um cenário de incertezas econômicas globais. Diante desse contexto, o mercado segue atento ao ritmo da colheita no Brasil, às oscilações cambiais e aos próximos indicadores de oferta e demanda, que podem influenciar a direção dos preços na CBOT nos próximos dias.