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Preço do leite sobe pelo oitavo mês consecutivo

Ritmo de aumento foi menos intenso em comparação aos meses anteriores


Foto: Divulgação

O preço do leite captado no Brasil subiu pelo oitavo mês consecutivo em junho, porém, o ritmo de aumento foi menos intenso em comparação aos meses anteriores. Pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, apontam que a alta frente a maio foi de apenas 1,3% em termos reais, resultando em uma “Média Brasil” de R$ 2,7524 por litro. Esse valor representa um aumento de 3,25% em relação a junho de 2023. Desde o início do ano, o preço do leite pago ao produtor acumula um avanço real de 32,1%, embora a média do primeiro semestre de 2024, de R$ 2,46 por litro, seja 14,3% inferior à do mesmo período do ano passado, de acordo com os dados ajustados pelo IPCA de junho.

Segundo o Cepea, a desaceleração no ritmo de valorização em junho de 2024 pode ser explicada pelo aumento inesperado da oferta nacional. Apesar do atraso na safra no Sul e da seca nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a produção de leite tem se recuperado graças aos investimentos dos produtores na nutrição do rebanho, estimulados pelo incremento da margem nos últimos meses. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou um avanço de 4,14% em junho, impulsionado por uma alta média de 7,2% nos estados do Sul e de cerca de 2% em outras regiões do país.

Além do crescimento na produção interna, as importações de lácteos também aumentaram 22% de maio para junho, totalizando cerca de 182 milhões de litros em equivalente leite, conforme dados da Secex. Embora essa quantidade seja quase 14% menor que a registrada no mesmo período do ano passado, as compras externas no primeiro semestre de 2024 ainda são 1,4% superiores. A dificuldade das indústrias em manter margens de lucro nas vendas de lácteos ao longo do primeiro semestre é outro fator que contribui para a redução do ritmo de valorização do leite cru. As pesquisas do Cepea, apoiadas pela OCB, revelam que houve aumentos nos preços médios de produtos lácteos em São Paulo, com altas de 6,6% para o UHT, 4,1% para a muçarela e 2,5% para o leite em pó fracionado (400g), negociados entre indústrias e atacado.

Embora a tendência sazonal aponte para a continuidade do movimento de alta dos preços do leite até agosto, as perspectivas para 2024 indicam uma possível queda nas cotações do leite cru no terceiro trimestre. A situação de mercado e a pressão dos canais de distribuição sobre as negociações nas indústrias podem influenciar o comportamento dos preços nos próximos meses.

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