Safra 2024/25 de soja deve ser recorde no Brasil
Produção deve ser impulsionada por fatores climáticos favoráveis
A safra brasileira de soja 2024/25 começou sob preocupações com o baixo volume de chuvas, mas a regularização do clima nos meses seguintes indica a possibilidade de um novo recorde de produção. De acordo com a análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), divulgada nesta segunda-feira (6), a produção deve ser impulsionada por fatores climáticos favoráveis e por políticas que incentivam o uso do grão no mercado interno e externo.
No Brasil, a ampliação da mistura de biodiesel ao óleo diesel deve estimular a demanda pelo processamento da soja. Com isso, espera-se um aumento no consumo doméstico, além de maior valorização do grão no mercado interno.
No mercado internacional, a valorização do dólar frente ao real torna a soja brasileira mais competitiva, favorecendo as exportações. No entanto, os preços para embarques no primeiro semestre de 2025 estão inferiores aos de um ano atrás, tanto no mercado interno quanto no externo.
Segundo a análise, a atenção também recai sobre possíveis ações do novo governo norte-americano, especialmente no que diz respeito a tarifas de importação, que podem redirecionar a demanda global para a América do Sul. Paralelamente, a Argentina planeja reduzir as “retenciones” sobre produtos agrícolas, o que pode elevar sua competitividade no mercado internacional, especialmente no farelo de soja.
As projeções para a safra brasileira variam entre 166,2 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e 169 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse volume representará cerca de 40% da produção global, consolidando o Brasil como líder no mercado mundial de soja.