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Mercado de trigo vive cenário volátil 

Outro ponto de atenção é a recente desvalorização do dólar



Entre os principais fatores de alta, a TF destaca a elevação de US$ 10/t no preço FOB do trigo argentino Entre os principais fatores de alta, a TF destaca a elevação de US$ 10/t no preço FOB do trigo argentino - Foto: Seane Lennon

Segundo análise da TF Agroeconômica, o mercado mundial de trigo atravessa uma fase de extrema volatilidade, impulsionada principalmente pelas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Essas medidas têm gerado incertezas nos fundos de investimento e afetado negativamente a economia norte-americana. 

A consultoria destaca que, caso não houvesse esse fator político, o atual quadro de oferta e demanda mundial justificaria uma posição de compra nos níveis atuais da Bolsa de Chicago. No entanto, o cenário permanece imprevisível e fortemente condicionado pelas próximas decisões tarifárias e seus efeitos sobre o dólar.

Entre os principais fatores de alta, a TF destaca a elevação de US$ 10/t no preço FOB do trigo argentino — de US$ 240 para US$ 250/t nos portos do Up River. Como o Brasil depende do trigo da Argentina, a alta já começa a refletir nos preços internos: em julho, as importações brasileiras de trigo cresceram 36,83% em meio à escassez doméstica. No mercado interno, os preços subiram 16,95% no Rio Grande do Sul e 12,93% no Paraná, contrariando afirmações de que os valores estariam em queda. A tendência é de continuidade da alta, tanto no grão quanto na farinha.

Outro ponto de atenção é a recente desvalorização do dólar, em um movimento contrário ao padrão em momentos de aversão ao risco. Investidores têm buscado refúgio em outras moedas fortes, como euro e iene, o que pode beneficiar as exportações dos EUA e pressionar o câmbio globalmente — influenciando indiretamente o preço do trigo e de outras commodities.

Por outro lado, alguns fatores baixistas limitam o avanço do mercado. Nos EUA, apesar de boas vendas para destinos como Japão, México e Nigéria, os números da última semana ficaram abaixo do registrado anteriormente, embora ainda fortes. No Brasil, a menor moagem de diversos moinhos também reduz a comercialização.
 

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