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MST invade áreas no RS em protesto por reforma agrária

Movimento também ocorre em outros estados, como no Pará



Foto: Redes Sociais

No início desta semana, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou a mobilização "Natal com Terra", que resultou na ocupação de duas fazendas em Pedras Altas, município localizado no sul do Rio Grande do Sul. A ação, que envolve famílias do Acampamento Sebastião Sales de Hulha Negra, atingiu uma área total de 2.000 hectares. A principal reivindicação do movimento é o avanço nos processos de Reforma Agrária, que estão paralisados há mais de uma década.

Além das ocupações em Pedras Altas, membros do MST iniciaram, nesta terça-feira (3), uma vigília na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Porto Alegre. A mobilização inclui famílias que estão acampadas há mais de um ano em locais como o acampamento Herdeiros da Luta, em Tupanciretã, o acampamento Sepé Tiaraju, em Encruzilhada do Sul, e o acampamento 8 de Março, em Charqueadas, além de outras famílias que aguardam pelo assentamento.

O movimento exige que o Governo Federal acelere as vistorias e compras de terras para possibilitar o assentamento de cerca de 1.500 famílias que, atualmente, seguem acampadas no estado. A mobilização também questiona a falta de ações mais efetivas na Reforma Agrária durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que, segundo o MST, tem demorado a implementar medidas concretas.

Além das ações no Rio Grande do Sul, o movimento também ocorre em outros estados, como no Pará, onde a Estrada de Ferro Carajás, em Parauapebas, foi interditada. Em comunicado nas redes sociais, o MST afirmou que a vigília e as ocupações visam provocar uma resposta imediata do governo, buscando que a Reforma Agrária seja tratada com maior urgência, para atender as necessidades de milhares de famílias que aguardam por assentamentos no Brasil.

MAIS

A histórica Cabanha Santa Angélica, localizada em Pedras Altas, no sul do Rio Grande do Sul, foi invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta terça-feira (3). A propriedade, fundada em 1870, é reconhecida por seu papel pioneiro no aprimoramento genético de raças bovinas e equinas, sendo referência na pecuária nacional.

A invasão gerou reação imediata da Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares (ANC), que divulgou nota expressando “profunda preocupação e repúdio” ao ocorrido. A entidade destacou a importância da cabanha para o desenvolvimento rural brasileiro, especialmente na valorização de práticas sustentáveis e na preservação de raças como Hereford, Braford, Romney Marsh e cavalos Crioulos.

Propriedade e segurança jurídica ameaçadas
A ANC condenou o ataque, classificando-o como uma afronta ao direito de propriedade, essencial para a estabilidade econômica e social no campo. A entidade alertou para o impacto de ações como esta sobre a segurança jurídica do setor agropecuário, além de prejudicar as famílias que dependem diretamente das atividades desenvolvidas na Cabanha Santa Angélica.

“A solução para os desafios no campo deve passar pelo respeito às leis e pela busca de diálogo construtivo, que considere os direitos de todas as partes envolvidas”, afirmou a associação na nota.

Repercussão no setor agropecuário
A cabanha, reconhecida nacionalmente por sua excelência e tradição, é um patrimônio do agronegócio brasileiro. Produtores, entidades de classe e representantes do setor rural manifestaram solidariedade aos proprietários e colaboradores, exigindo ações enérgicas das autoridades para a restituição da ordem.

A ANC reforçou seu compromisso com a defesa de um campo produtivo e sustentável, destacando que o respeito às instituições democráticas é o caminho legítimo para resolver conflitos no setor.

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