Produtores de erva-mate relatam alta no custo da mão de obra
Colheita de erva-mate avança no Rio Grande do Sul

Segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (25) pela Emater/RS-Ascar, a colheita da erva-mate avança nas regiões administrativas do Rio Grande do Sul, mas a rentabilidade para os produtores continua pressionada pelos preços baixos e pelo custo elevado da mão de obra.
Em Erechim, onde a área plantada é de 7 mil hectares, a abertura oficial da colheita está marcada para o dia 28 de maio, no município de Viadutos. A erva-mate está sendo comercializada a R$ 17,00 a arroba na indústria, o que gera uma margem de lucro entre R$ 8,00 e R$ 9,00 para o agricultor. “A mão de obra para colheita está se tornando muito cara”, informou a Emater/RS-Ascar.
Na região de Soledade, a colheita foi intensificada neste período considerado o mais favorável do ano, devido ao maior volume de folhas maduras. Segundo a Emater, a qualidade do chimarrão é beneficiada nessa época. O preço pago ao produtor varia entre R$ 17,00 e R$ 19,00 a arroba em municípios como Itapuca e Mato Leitão.
Em Passo Fundo, as chuvas recentes favoreceram o desenvolvimento das plantas, permitindo a continuidade normal da colheita. No Polo Ervateiro do Nordeste Gaúcho, os preços variam entre R$ 17,00 e R$ 18,00 a arroba. Em Machadinho, a erva-mate comum é negociada a R$ 18,00 a arroba e a cultivar Cambona 4 a R$ 19,00. A produção de mudas segue normal, com poucas incidências de doenças, e o preço da muda é de R$ 2,00 a unidade.
Já na região de Lajeado, a cultura apresenta boas brotações favorecidas pela umidade recente. Os preços permaneceram estáveis no último mês: erva-mate convencional entre R$ 15,00 e R$ 19,00 a arroba; nativa a R$ 20,00; nativa sombreada a R$ 21,00 e erva-mate orgânica a R$ 22,00 a arroba. “Os produtores seguem desmotivados para investir na cultura devido aos preços baixos e à dificuldade de venda”, apontou o informativo.
A Emater também relatou que muitos produtores estão atentos às práticas de cultivo, realizando adubações, controle de pragas e colheita. No entanto, o período atual é considerado inadequado para a estocagem de erva-mate para chimarrão, em razão do excesso de brotações. A fiscalização sobre o uso de produtos não registrados na cultura foi reforçada pelas ervateiras, que têm descredenciado fornecedores que não seguem boas práticas agrícolas.
No Polo Alto Taquari, onde são cultivados aproximadamente 20 mil hectares, o processo de obtenção da Indicação Geográfica (IG) está em fase de finalização, com a análise das primeiras amostras químicas dos ervais. A cultura tem relevância econômica e social em cinco municípios da região — Arvorezinha, Ilópolis, Anta Gorda, Putinga e Doutor Ricardo —, favorecendo a permanência de jovens no campo e movimentando o setor industrial, que conta com 72 indústrias. Os produtores, no entanto, relatam dificuldades para contratar trabalhadores para a colheita.