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Brasil pode se beneficiar de tensões comerciais

No campo das commodities, o café brasileiro mantém sua competitividade



No campo das commodities, o café brasileiro mantém sua competitividade No campo das commodities, o café brasileiro mantém sua competitividade - Foto: Pixabay

Segundo relatório do Itaú BBA, publicado nesta semana, a crescente intenção dos Estados Unidos de aplicar tarifas recíprocas em resposta a medidas adotadas por outras potências globais trouxe incertezas aos mercados e aumentou o risco de desaceleração econômica mundial. Esse cenário pode impactar diretamente a demanda global por commodities como café, suco de laranja e algodão, pressionando seus preços e afetando, principalmente, exportadores como o Brasil.

Apesar dos riscos, o relatório também aponta oportunidades comerciais para o Brasil em um cenário intermediário — sem recessão e com tarifas moderadas. Nessa hipótese, o país poderia ampliar sua competitividade em mercados estratégicos como México, Canadá, China e União Europeia, aproveitando as barreiras comerciais impostas aos produtos americanos. Essa mudança no equilíbrio global pode favorecer as exportações brasileiras, especialmente em setores já consolidados.

No campo das commodities, o café brasileiro mantém sua competitividade frente a concorrentes asiáticos mais afetados pelas tarifas dos EUA. No entanto, o suco de laranja pode enfrentar dificuldades para manter seu espaço no mercado norte-americano. Já as carnes brasileiras, segundo o Itaú BBA, têm espaço para crescer em destinos hoje dominados pelos EUA. A soja e o algodão também aparecem como destaques: com a escalada das tensões entre Washington e Pequim, o Brasil pode expandir suas vendas à China, ainda que a demanda chinesa por algodão esteja mais fraca este ano.

O cenário, no entanto, permanece indefinido. Um eventual acordo comercial entre EUA e China, como o da “fase um” em 2020 — que não foi plenamente cumprido por Pequim —, pode limitar os ganhos brasileiros. O desfecho dependerá da evolução das tensões geopolíticas e dos termos dos próximos acordos comerciais, sobretudo envolvendo o mercado chinês.
 

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