Saiba os sinais da mancha-amarela e como evitar prejuízos no trigo
Controle exige ações combinadas

A mancha-amarela, causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis, é atualmente uma das doenças foliares mais importantes para a triticultura do Sul do Brasil. Altamente dependente de condições climáticas, a doença pode reduzir em mais de 50% a produtividade das lavouras quando não identificada e controlada a tempo.
Embora seus sintomas possam ser confundidos com os da mancha-marrom, há diferenças importantes. A mancha-amarela se manifesta desde o início do ciclo da cultura, com pequenas manchas esbranquiçadas ou amareladas, que evoluem para lesões de centro necrosado e pardo, circundadas por um halo amarelado — que pode chegar a 12 mm. Já a mancha-marrom tende a formar lesões de borda bem definida, sem halo amarelado, de forma elíptica a retangular.
A disseminação da mancha-amarela ocorre principalmente por respingos de chuva e vento, especialmente em áreas de monocultura, com pouca palhada e ausência de rotação de culturas. Nessas condições, o patógeno pode realizar múltiplos ciclos durante o desenvolvimento do trigo, ampliando rapidamente os danos na lavoura?. Outro fator decisivo é o clima. Temperaturas entre 18 °C e 28 °C, associadas a pelo menos 30 horas de molhamento foliar, favorecem a infecção. Em regiões com histórico da doença, o monitoramento climático torna-se essencial, especialmente durante fases críticas da cultura.
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A manifestação da doença varia conforme o material genético utilizado. Em cultivares tolerantes, os sintomas podem ser brandos. Já nas suscetíveis, a progressão costuma ser agressiva. Por isso, a escolha da cultivar é um dos pilares do manejo da mancha-amarela.
O controle exige ações combinadas. Três estratégias principais são recomendadas:
- Uso de cultivares resistentes ou tolerantes, indicadas por instituições como a Comissão Brasileira de Pesquisa em Trigo e Embrapa;
- Rotação de culturas, com espécies como canola, nabo e aveia, que ajudam a quebrar o ciclo do fungo;
- Aplicação criteriosa de fungicidas, respeitando dose, intervalo e recomendação de bula — uma vez que há relatos de resistência do patógeno.
Apenas com manejo integrado, o produtor conseguirá minimizar os prejuízos e manter a qualidade e a produtividade do trigo. A orientação técnica especializada e o acompanhamento constante da lavoura são fundamentais para o no controle dessa doença.