Preços baixos freiam vendas de trigo
No Paraná, os moinhos permanecem interessados em comprar trigo
De acordo com informações da TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná enfrenta desafios significativos devido aos preços baixos das farinhas e à demanda fraca. No Rio Grande do Sul, a comercialização de trigo segue lenta, com vendedores ausentes do mercado. Negociações recentes indicam preços de R$ 1.550,00 FOB para trigos com PH mínimo de 77 e qualidade panificável, enquanto trigos de PH menores (75/76) estão sendo cotados entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00. A baixa movimentação no mercado reflete a falta de interesse dos vendedores em negociar nesses patamares de preços.
Em Santa Catarina, os moinhos do interior do estado enfrentam um aumento nos estoques de farinha devido à fraca demanda e aos baixos preços oferecidos pelos compradores, que não cobrem os custos de produção. Atualmente, o mercado não tem disponibilidade para agosto, com ofertas limitadas para setembro a preços aproximados de US$ 324 por tonelada em Paranaguá. A utilização de mercados futuros em abril e maio poderia ter sido uma estratégia viável para mitigar essa situação.
No Paraná, os moinhos permanecem interessados em comprar trigo, mas a oferta é insuficiente. Recentemente, ocorreram negócios entre R$ 1.680 e R$ 1.700 FOB no norte do estado, enquanto os compradores buscam adquirir a R$ 1.650,00. A alta do dólar, as condições adversas das lavouras desta safra e a dificuldade em vender farinha contribuíram para o aumento dos estoques. Para a safra nova, os compradores oferecem R$ 1.400,00, enquanto os poucos vendedores que aparecem pedem entre R$ 1.600 e R$ 1.700, demonstrando uma clara falta de interesse por parte dos vendedores. Essa conjuntura revela um cenário desafiador para os produtores e comerciantes de trigo na região Sul do Brasil, onde a combinação de preços baixos, alta do dólar e condições adversas das lavouras impacta negativamente o mercado.