SC projeta alta de 49,8% na produção de tabaco em 2024/25
Clima prejudica safra de tabaco em Santa Catarina
De acordo com os dados da edição de janeiro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, a produção de tabaco foi marcada por desafios climáticos em Santa Catarina na safra 2023/24. O estado produziu 158 mil toneladas, representando 29,6% da produção da Região Sul do Brasil, em uma área de 86 mil hectares. A produtividade média foi de 1.784 kg/ha, queda de 28,1% em relação à safra anterior, impactada por chuvas acima da média que prejudicaram o desenvolvimento, colheita e secagem do tabaco.
As variedades de tabaco apresentaram as seguintes produtividades: Virgínia (1.822 kg/ha, -27,5%), Burley (1.453 kg/ha, -33,9%) e Galpão Comum (1.232 kg/ha, -38,2%). A Microrregião de Canoinhas foi a maior produtora, contribuindo com 46,5% da produção estadual, seguida por Rio do Sul (13,3%) e Ituporanga (12,6%).
Apesar da queda na produção, os preços pagos aos fumicultores subiram significativamente. O preço médio do tabaco em 2023/24 foi de R$ 23,00 por quilo, aumento de 24,6% em relação ao ciclo anterior. A variedade Virgínia apresentou o maior preço médio, R$ 23,22 (+25,4%), enquanto Burley (R$ 20,33) e Comum (R$ 20,29) também registraram ganhos.
Entre 2020 e 2024, o preço médio do tabaco em Santa Catarina cresceu 2,6 vezes, refletindo a valorização da cultura. Para a safra 2024/25, projeta-se uma recuperação: a área plantada deve aumentar 11,8%, alcançando 94,2 mil hectares, com expectativa de crescimento de 49,8% na produção, atingindo 225 mil toneladas.
Entretanto, negociações sobre o preço do tabaco entre produtores e empresas fumageiras seguem sem acordo. Os debates consideram o custo de produção, que varia de 6,18% a 10,55% para a variedade Virgínia.